quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

COMO ENLOUQUECER UMA MULHER NA CAMA

Margot Saint-Loup
Tradução
Luiz Cavalcanti de M. Guerra


SUMÁRIO

Introdução 7

Como utilizar este livro 11

Pequena lição de anatomia 15

Como costuma chamá-la? 15
Como funciona? 16
A teoria dos fluidos 17

Aprenda a seduzir 19

Está esquentando...
O prazer e a multiplicação do prazer 23

O cenário ideal 33
A cama 36
Fora da cama 37

Onde e quando? Pequena gula da anti-rotina 41

As delícias das preliminares 51
Que tal brincar um pouquinho? 54
Acessórios 55
Senhores e escravos 56
Jogos de crianças 57
Igualmente no catálogo... 58
Guloseimas 58
Na água 60

Vestuário e roupa de baixo 62
Massagens 66
Prazeres solitários compartilhados 69
O beijo 70

Da cabeça aos pés 73
A flor da pele 75
Carícias e outras mordidas 81

Coisas de língua 85
Variações 89
Posições 92

Em todas as posições 95
Esse bom velho missionário 98
Em sela! 101
Vamos virar! 103
Tandem 105
Sentado ou de pé? 107
Na estrada de Sodoma 108
Palavras, palavras, palavras... 111
Sobre o orgasmo 113
Depois do amor, ainda e sempre amor 117

O amor sem riscos 121

Conclusão 123

INTRODUÇÃO

A união com os homens torna as mulheres felizes. Elas se sas-
ciam de prazer e luxúria, e a alegria que experimentam cons-
titui toda a sua satisfação ó, afirma o Kama-Sutra.
Se ao menos pudesse ser sempre assim! Mas ainda estamos
longe disso... Já me aconteceu várias vezes, na cama com um
homem lembrar-me nostalgicamente das caricias que eu mes-
ma me havia proporcionado, sozinha, concluindo com tristeza
que me tinham causado mais prazer do que o ato sexual propria-
mente dito.
Não existe nada de sensacional em minhas palavras, mas,
no que se refere ao sexo há momentos mais ou menos felizes, o
puro delírio ou a decepção total.
Recordo-me particularmente de um homem. Ele surgira de
repente, por volta da meia-noite, numa festa em casa de amigos.
Fiquei deslumbrada quando o vi, até corei e quase perdi a fala.
Eu não era a única, aliás, a mostrar-me sensível àquele charme
todo e me achava ainda mais alvoroçada ao perceber que ele
também se interessava por mim. O modo como dançava, toman-
do-me em seus braços com uma determinação gentilmente viril,
não deixava qualquer dúvida: aquele homem sabia lidar com as
mulheres. Mas...
Algumas danças e taças de champanhe mais tarde, con-
cordei em acompanhá-lo até o seu apartamento para um último

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brinde. Chegando lá, pude ver, apavorada, o meu príncipe en-
cantado transformar-se num atleta da cama desprovido de qual-
quer sensibilidade para os rituais do amor. Em questão de mi-
nutos eu Já estava deitada, enquanto ele se despia apressada-
mente, mas ainda assim meticuloso o bastante para dobrar e
arrumar com cuidado as suas roupas sobre uma cadeira. Depois
do comovente ritual, atirou-se sobre mim, praticamente arran-
cando-me o vestido, e começou a trabalhar. Um beijinho à-toa
no pescoço... e aquele eterno vaivém. O sujeito concentrava-se
nos próprios movimentos como se estivesse malhando numa
academia. Queria bater algum recorde ou me impressionar com
uma técnica infalível? A verdade é que passados seis minutos e
12 segundos ele ejaculou, ofegante e parecendo saciado. Agra-
deceu-me com uma bicota nos lábios e entrou imediatamente
no banheiro para uma limpeza de costume... Aturdida e decep-
cionada vesti-me com um pouquinho mais de tempo do que ele
precisou para tirar-me a roupa, peguei minha bolsa, e já me
encontrava na porta quando o cara reapareceu, todo lépido e
fagueiro. Surpreso por me ver prestes a partir, mas suficiente-
mente discreto ou (não é proibido sonhar) perspicaz para não
fazer perguntas, aceitou minhas despedidas dizendo que me li-
garia o mais breve possível.
Pensando ainda que o homem podia ser realmente sedutor e
até certo ponto inteligente, decidi que não havia problema al-
gum em lhe dar uma segunda e ainda uma terceira chance. Afi-
nal, errar é humano... Não sei onde estava com a cabeça! De-
pois da segunda investida, esgotado pelo desempenho, ele pe-
gou no sono sem sequer acolher-me em seus braços. E, na ter-
ceira vez, tendo lhe explicado que eu precisava de um pouco
mais de tempo para atingir o orgasmo, ele concordou, como um
favor, em prolongar o ato, mas sem me olhar, muito preocupado
com a eficácia dos movimentos de seus próprios quadris. Não
pude deixar de admirar sua dedicação, aquela seriedade per-
feitamente concentrada... enquanto eu mesma permanecia
alheia ao que estava acontecendo. De repente deparei-me pen-

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sando num monte de bobagens que em geral quase não me preo-
cupam: formulários da Previdência Social para preencher, uma
ida ao tintureiro para levar as cortinas da sala... as mesmas cor-
tinas por onde eu teria subido cheia do fogo da paixão para cair
depois vencida pelo gozo. Mas provavelmente já estava escrito
que com esse homem tão bonito eu não sairia nunca do colchão.
Pior para mim... E para ele também.
Essa breve aventura pelo menos me ensinou uma coisa: um
homem bonito não é necessariamente um bom amante. A mais
perfeita das técnicas não substitui a ternura, a atenção para com
o outro, a solicitude, a delicadeza, a loucura, a imaginação, a
fantasia, a generosidade... O amor, em suma.
Se esse homem tivesse um conhecimento adequado do cor-
po feminino, mesmo sem amor ou envolvimento especial ele te-
ria conseguido me dar algum prazer, mas certamente suas no-
ções sobre o assunto tinham parado naquilo que aprendera nos
bancos do primeiro grau.
E claro que as primeiras transas raramente são as melhores.
Muitas vezes precisa-se de algum tempo para chegar às alturas.
Os parceiros se procuram, vão se descobrindo aos poucos, há
toda uma trama de toques, segredos e carícias. A sexualidade é
uma questão de corpo, coração e espírito. Depois do primeiro
olhar opera-se toda uma alquimia, onde ainda entram os senti-
mentos, a atração recíproca, as peles que se complementam, os
odores que se combinam, a compatibilidade sexual entre os par-
ceiros.
Conheci homens maravilhosos com quem isso não funcio-
nava de jeito nenhum, apesar de serem indiscuti vel mente atra-
entes. E outros muito menos estimulantes à primeira vista que
me levaram a êxtases inesquecíveis. Trata-se de algo misterio-
so, na verdade uma sutileza a mais que eu chamaria de saber
amar.
Não é uma coisa tão complicada assim! O leitor perceber
que não lhe pedimos quase nada. E no entanto esse quase nada
é praticamente tudo, ou seja, deve aprender a nos seduzir, sur-

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preender e sobretudo descobrir pacientemente como somos pa-
ra chegarmos juntos ao ápice do prazer.
Não precisa duvidar de si mesmo! Estamos prontas para ad-
mirar o vigor de seus atributos, para ficar de queixo caído dian-
te de seu desempenho, mas... E nós em tudo isso? Precisamos
lembrar que não estamos aí como espectadoras, mas como atri-
zes atuantes, dedicadas e superdesejosas de participar desse
jogo de que gostamos tanto?
O amor não é a justaposição de dois prazeres solitários; é a
fusão de dois corpos, de dois corações, de dois espíritos; um du-
eto mágico em que as vozes se respondem e combinam para al-
cançar um entendimento perfeito.
Espero que todos aqueles que se habituaram a cantar sozi-
nhos, e nunca se preocuparam em saber se a melodia estava nos
agradando, encontrem neste livro a oportunidade de aperfeiço-
arem a técnica do dueto e do desempenho a quatro mãos.
Música, maestro!

Margot Saint-Loup


Como utilizar este livro

Preciso ficar repetindo, leitor amigo? Tudo o que se acha aqui é
dedicado a você. Pode considerar este livro exclusivamente seu.
Ele foi mesmo escrito em sua intenção... embora pensando em
suas parceiras! Não veja nisso nenhum egoismo cego, mas ape-
nas o desejo de levá-lo a descobrir tudo o que nós mulheres
amamos, todo um mundo de loucuras para onde gostaríamos de
arrastá-lo.
O prazer que souber nos dar será seu também. Temos tudo a
ganhar com a reciprocidade amorosa. Você deixará de nos ver
como "a maior burrice que eu fiz na minha vida" ou como frígi-
das irrecuperáveis, enquanto nós não o chamaremos mais de
machão. Nesse aspecto, esta obra deveria ser declarada e reco-
nhecida como de utilidade pública!
Se quer um conselho, acho que você devia devorar estas pá-
gi nas. Aposto que vai gostar, que vai querer repetir e até decorar
certas passagens...
Se for um apreciador da boa mesa, que sabe combinar com
bom gosto os melhores pratos e os melhores vinhos, sinta-se à
vontade para folhear livremente, localizando assuntos oportu-
nos, detendo-se um pouco mais num trecho ou outro, parando afi-
na] nos capítulos que o intrigam ou excitam a sua curiosidade.
Mas qualquer que seja a maneira que escolha para ler, as-
sim que acabar guarde este tesouro num local a que somente

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você tenha acesso, para que nenhum bisbilhoteiro venha a apo-
derar-se dele. Só deve ter o cuidado de não esquecer o esconde-
rijo, você poderia de uma hora para outra precisar de alguns
lembretes.
Feche os olhos e imagine uma mulher; imagine a mulher que
vem ocupando os seus pensamentos ou aquela que você daria
tudo para encontrar. Solte as amarras das recordações, concen-
tre-se nas cenas que lhe chegam espontaneamente ao espírito
quando o objeto dos seus desejos adquire um rosto.
Chegado o momento do encontro, esqueça tudo. Não procu-
re seguir ao pé da letra ou de uma única vez os meus conselhos:
você e sua parceira poderiam ficar entediados. Não se trata de
mostrar um excelente desempenho ou de bater um recorde, mas
de fazer amor da maneira mais gratificante do mundo. A mulher
ao seu lado não está procurando um número de circo, mas sin-
ceridade. Pouco lhe importa se há receitas para o sexo; o que
ela quer é sentir um companheiro solidário e atencioso.
Não tenho outra intenção, leitor amigo, senão oferecer-lhe
algumas idéias que despertem a sua criatividade. Não se con-
tente com estes 177 conselhos ainda mesmo que lhe estejam
prestando um ótimo serviço; tente, ao contrário, aumentar a lis-
ta para o infinito...
Pergunte a si próprio por que teve vontade de ler o meu tra-
balho e por que eu mesma senti a necessidade de escrevê-lo.
No meu caso, a resposta é bem simples: amoos homens e oJogo
amoroso, adoro a descoberta do outro e a excitação que isso pro-
voca, fico doida com as paixões que devoram os sentidos e o
espírito. Nada me entristece tanto quanto os encontros frustra-
dos, os sonhos desfeitos ou aquele famoso sétimo céu do orgasmo
se escondendo atrás das nuvens até desaparecer por completo.
Minha única ambição ao entregar ao leitor este livro é ajuda-
lo a conhecer realmente uma mulher e indicar-lhe as mil ma-
neiras de ganhar o seu coração e o seu corpo.
Depois da leitura - leia quantas vezes quiser, memorize,
faça anotações, sublinhe as passagens que mais chamaram a

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sua atenção -, ponha tudo de lado e concentre-se na mulher
dos seus sonhos. Ame-a realmente. Dedique-se a seduzi-la e
conquistá-la todos os dias. Não custa quase nada: muita ternu-
ra, muito respeito, muita imaginação, muita fantasia, e princi-
palmente generosidade... Qualidades que bem lá no fundo sem-
pre estiveram com você e que estas dicas, assim espero, farão
com que venham à tona.

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Pequena lição de anatomia

O meu leitor sabe por acaso que a mulher não se resume a óuns
peitinhos bonitos e uma bundinha bem-feita, como já o ou-
vimos tanto dizer?
E claro que a nossa bunda e os nossos peitos merecem toda
a sua atenção, e na verdade não precisamos de muito esforço
para saber (,,orno e por que essas partes de nosso corpo tornam-
se tão frequentemente o objeto das suas obsessões... é até muito
lisonjeiro para a gente, mas não basta. Peitinhos em forma de
maçã ou de pêra é só uma questão de cuidados. E as bundinhas
escondem todo um mistério que você deveria conhecer melhor
para nos dar mais satisfação.
Se o amigo for um craque em anatomia, pode pular estas
poucas linhas. Mas está bem certo de que domina o assunto?

Como costuma chama-la?

A mulher é um ser sexuado. E a esse sexo tão cobiçado e fanta-
siado, tão desejado e levado às alturas, já se deu um bocado de
nomes. Dos mais poéticos aos mais vulgares.
As crianças aprendem a cham -lo de baratinha, pombinha,
dondoca, e até perereca, apelido que talvez esteja na origem do
mais popular xereca. Vai se entender!

Não me admiraria se os vegetarianos ou os ecologistas vis-
sem em nosso órgão sexual uma romã ou um figo partido. Os
amantes de frutos do mar pensariam com certeza num mexilhão
entreaberto, enquanto os poetas e os sinólogos encheriam a boca
para elogiá-lo com expressões rebuscadas como porta de jade,
estojo de Jóias ou gruta de coral. Os indecisos e os ecléticos cos-
tumam variar entre rego, xoxota, babaca ele.; os cientistas, en-
tre vulva e vagina; e os mais diretos, finalmente, contentam-se
com o uso generalíssimo de boceta. Boceta apenas. Pode pare-
cer vulgar; mas é um termo adequado e muitas vezes excitante.
Se nada disso lhe agradar, você tem todo o direito de esco-
lher um apelido para o sexo da pessoa amada. Ele se tornará
uma espécie de senha, algo totalmente inacessível às pessoas
do seu círculo de amizades. Elas nunca saberão com certeza o
que você poderá estar dizendo ao comentar com a mulher ou a
namorada: "Estou doido para ver a Julinha esta noite, sinto tan-
ta falta dela." No máximo pedirão a voces que, na primeira opor-
tunidade, lhes apresentem essa misteriosa Julinha!

Como funciona?

É muito bonito dar um nome ao nosso sexo, mas não é o bas-
tante. Se você continuar considerando-o um mero buraco escon-
dido por pêlos, não iremos muito longe.
A primeira coisa em que deve reparar é o nosso monte de
Vênus (uma proeminência no púbis feminino), a parte inferior
do ventre que se cobre de pêlos a partir da puberdade, forman-
do uma moitinha cuja densidade varia de mulher para mulher.
Sob os pêlos abrem-se dois grandes lábios (labia majora)
que se sobressaem um pouco do conjunto. Eles protegem e ocul-
tam os pequenos lábios (labia minora), de textura mais fina e
mais sensível, que intumesce quando excitado.
Os grandes e os pequenos lábios limitam um espaço trian-
gular denominado Intróito, no alto do qual eles se encontram

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IPNP-

para formar o prepúcio do clitóris, que por sua vez cobre a
glande. Principal zona erógena, o clitóris é extremamente sensí-
vel; carícias prolongadas nesse ponto podem às vezes tornarem-
se dolorosas, mas são uma fonte inesgot vel de prazer!
Descendo mais um pouco encontrar o canal urinário e o
orifício da vagina, mais estreitado na mulher virgem pelo hímen.
A vagina liga-se diretamente com o útero, mas antes de alcançá-
lo (?!) você está autorizado a procurar, pacientemente, o famoso
ponto G, descoberto por um tal de Graferiberg. Mito ou realida-
de, o ponto G não seria mais que uma protuberância arredonda-
da formada pelos vasos sanguíneos da parede vaginal, intumes-
cidos em decorrência da excitação. Para encontr -lo, você pode
usar a piroca ou os dedos... mas não transforme isso em idéia
fixa. Nós mulheres sobrevivemos e gozamos bastante durante
anos sem sequer desconfiar da existência desse ponto G. De
qualquer modo, há quem garanta que ele torna a excitação dez
vezes mais intensa, enquanto outros afirmam que ele precipita o
orgasmo. Cada qual na sua!
Se continuar descendo, chegar ao ânus. Complicações à
vista. O pintor espanhol Salvador Dalí jurava que tinha conse-
guido contar 36 ou 37 pequenos sulcos em volta do ânus, mas
isso não resolve o nosso problema, que pode inclusive tornar-se
também o seu. Se ele às vezes é considerado um orifício sexual
natural, capaz de propiciar um prazer sem limites, por outro
lado continua sendo um tabu absoluto para um grande número
de mulheres. Você precisara de muita paciência e carinho para
convencê-las da naturalidade que existe nessa busca de novos
prazeres.

A teoria dos fluidos

Esta lição ficaria incompleta sem alguns coment rios sobre
os fluidos. Espero não estar dizendo nenhuma novidade ao lei-
tor, mas nós mulheres ficamos molhadas. E, a menos que es-

tej . a com uni problema de ressecamento vaginal, que natural~
mente necessitaria de cuidados médicos, se uma mulher não fi-
car molhada, é que você não se saiu bem no desempenho de suas
tarefas ou, ainda pior, não lhe causou nenhum prazer especial.
Os fluidos femininos são em número de três. O primeiro,
chamado ciprina, aparece muito rápido com o desejo e a excita-
ção. Sua função é lubrificar a vagina. Você pode verificar facil-
mente a sua presença introduzindo o dedo ou os dedos na vagi-
na ou passando a mão nas calcinhas da parceira. A umidade não
deixará qualquer dúvida sobre o prazer que ela está sentindo.
O segundo fluido surge no momento do orgasmo. Ele pode
ser mais abundante e prova em todo caso que a sua parceira
realmente gozou, principalmente se você tiver dúvidas quanto
aos nossos dons de simulação.
O terceiro e último desses fluidos embriagadores pode lite-
ralmente jorrar do ponto G. Mas o fenômeno é raro. Abundante,
entretanto, em algumas mulheres, ele é comparável à ejaculação
masculina. As teorias a esse respeito têm se multiplicado, mas
ainda não se sabe de onde ele vem, como é constituído e onde
fica estocado.
Que os pretensiosos deixem portanto de bancar os superio-
res e os tímidos parem de pensar que não se acham à altura,
porque esse fluido não depende do ardor nem das proezas de
ninguém. Ele simplesmente acontece. E o leitor pode ficar tran-
quilo que assim que eu souber mais sobre o assunto não deixa-
rei de lhe contar!

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Aprenda a seduzir

Com raríssimas exceções - ausência absoluta de talentos, m
vontade evidente e sistemática ou grosseria incurável -, todos
os homens, meu amigo, são capazes de propiciar às mulheres
um êxtase inesquecível.
Você não precisa se revelar um garanhão nem um desses
apolos de academia para nos levar à loucura. Pode ser baixo,
alto, magro, gordo (mas, por favor, sem exagero), peludo, barbu-
do, imberbe, bígodudo, careca, louro ou moreno, de olhos azuis
ou pretos, com óculos ou sem óculos. Pouco importa! A única
coisa que nos interessa é cair sob o domínio do seu encanto, que
pode não ser percebido à primeira vista, mas que sempre exis-
tiu com você.
Aprenda a gostar de si mesmo: pode apostar que você está
muito bem assim. Não dê a menor bola, por exemplo, ao tama-
nho do pênis; o importante é a maneira de usá-lo. Meu pai, que
era um homem experiente, costumava dizer: "Mais vale um pin-
tinho buliçoso que um galo preguiçoso." Se tiver esse tipo de
preocupação, passe o dia repetindo o provérbio, que funciona...
Lembra-se do método Coué ?... Pois vá em frente e depois me
conte.

Érnile Coué (1857-1926), psicoterapeuta francês, criou um método de terapia por auto-
sugestão. (N.F.)

19

De qualquer forma, mesmo que o leitor já esteja convencido
de suas qualidades pessoais, não pode deixar de seguir algumas
regras básicas que decorrem principalmente da experiência de
vida.
Se você ainda está sozinho e deseja seduzir uma mulher,
ponha em ação o instinto e a perspicácia. Confie em seu desejo,
mas saiba discipliná-lo. Tudo é uma questão de controle! Não
se deixe levar pelas aparências. Uma mulher reservada, meio
distante, pode muito bem estar escondendo um temperamento
vulcânico, enquanto uma outra, aparentemente fogosa, acaba se
revelando uma amante tímida na cama. Evite juízos precipita-
dos, sem jamais perder de vista que ambas têm em comum a
necessidade de se sentirem desejáveis e desejadas.
Não se atire à presa ao primeiro olhar significativo e mali-
cioso que ela lhe dirija. Tenha calma... Saiba prolongar esses
momentos mágicos em que uma atração nascente faz acreditar
em todas as possibilidades. Deixe que ela perceba o seu inte-
resse, saiba provocar um sorriso, consiga com naturalidade que
ela comece a falar de si mesma, de sua vida, de seus gostos.
Diga algumas coisas a seu próprio respeito, mas cuidado...
está sentindo que pode fazer-lhe confidências? Tudo bem, mas
não abuse. É uma bobagem, por exemplo, mencionar aventuras
passadas, pois ela o tomaria por um fanfarrão ou um gaiato.
Na verdade, essas primeiras abordagens necessitam de pa-
ciência, muita habilidade e um mínimo de estratégia.. Mostre
uma pontinha dos seus encantos só para aguçar-lhe a curiosida-
de... nada de abrir todas as cartas na mesa, no primeiro encon-
tro. Você não deve parecer carente nem apressado, mas apenas
um homem que está se encantando, pressentindo ali aquela
mulher excepcional merecedora de todas as suas atenções.
Surpreenda-a, deixe-a intrigada, desperte-lhe a vontade de
saber mais sobre você. Mas, se por qualquer motivo tiver que
acompanhá-la até em casa sem outra intenção que a de mostrar-
se gentil, o que já será um ponto a seu favor, não insinue absolu-
tamente nada que a faça deplorar mais tarde o fato de você não

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ter entrado. Cuidado! O importante é deixá-la suficientemente
seduzida para que ela durma e acorde no outro dia sentindo um
calafrio na espinha, pensando em você, no contato de sua mão
sobre a dela, na maneira particular com que lhe roçou as costas
e os ombros... É então que o espírito se aventura por esse mundo
com um sem-fim de possibilidades, imaginando o que tais carí-
cias não teriam provocado em sua pele nua.
Nesse momento, meu amigo, ela está quase enfeitiçada. Não
estrague tudo... por excesso de ardor!
Se você já vive com uma parceira, e praticamente certo que
lhe agradou o bastante para que ela tivesse concordado em ten-
tar uma vida a dois, compartilhando toda a intimidade de um
lar. Razão maior para que você não se deite sobre os próprios
louros. Um belo dia poderíam amanhecer murchos, quase se-
cos, leves como a palha, até ser-em carregados pelo vento, fi-
cando você sozinho e entregue ao desespero de adivinhar por
que ela o trocou por outro.
Portanto, esteja atento! Você pode ser sensual até usando
pijama... desde que seja realmente um pijama, não aquele lar-
rapo de todas as noites, azul quando era novo, mas hoje de uma
cor imprecisa e cheio de manchas de café com leite.
Jogue no lixo esses chinelos velhos, perca esse há bito de
vestir o mesmo short ensebado ao chegar do trabalho, tome um
banho, penteie esse cabelo. Renuncie aos fins de semana moro-
sos, sem se barbear, sem vestir uma roupa limpa, arriado numa
poltrona diante (Ia telinha, com farelos de batatas fritas espalha-
dos pela camisa e pelo chão... Se você não se cuida, como pode
cuidar da parceira? Sem um mínimo de esforço de sua parte, ela
não terá condições de acreditar que você ainda a deseja. E, se a
dúvida for minto grande, logo estará procurando novidades fora
de casa. Se quer mesmo mantê~la sob o mesmo teto, preste prin-
cipalmente atenção a você. Não vai dizer depois que não avisei

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está
esquentando.

O Prazer e a
multiplicação
do prazer


No começo era o desejo... Mas agora é preciso cuidar dele,
prolongá-lo e estimulá-lo. E para isso há toda uma para-
fernália de gestos, olhares, atitudes e palavras. Todos os nossos
sentidos, se é que o meu leitor já não está careca de saber, são
ativados pelo cérebro; ora, o desejo é um problema de
hormónios, secretados por glândulas também estimuladas pelo
cérebro. Logo, o amor e o desejo são fenómenos inseparáveis do
corpo, das emoções e, naturalmente, do espírito.
É necessário portanto instigar nossos neurónios, brincar
com os nervos, cutucar (mas suavemente) a memória... Assim
encorajada, nossa imaginação já galopante disparar de vez,
sempre nos incitando à procura de um homem de verdade -
que pode ser você -, ébrias de desejo e vontade, suplicando-
lhe uma realidade tão bela e delirante quanto costumam ser os
nossos sonhos e as nossas recordações.
Para nos atrair, nos excitar, nos deixar à beira da loucura,
provocando mesmo a distância esse friozinho característico no
estômago, esse calor entre as pernas, essa umidade nas calci-
nhas, esse formigamento na altura da veia cava inferior, às
vezes não é preciso quase nada... Mas cabe a você dar prova
de imaginação e astúcia para nos conquistar em cada momen-
to, manter viva a nossa excitação e sobretudo nos conservar
nesse venturoso estado entre o gozo e a permanente expectati-
va do gozo, o que faz de você o homem de todos os nossos pen-
samentos e de todas as nossas fantasias.

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1. Nada é mais convincente do que o olhar. Ah! esses olhos
plantados nos nossos, penetrantes, insistentes, querendo nos ver
coradas e confusas, buscando o que se oculta no âmago de nos-
sa alma... ou debaixo de nossa roupa. Meu amigo, você nunca
nos olhará o bastante. Nunca nos fará sentir suficientemente o
quanto nos acha belas, gostosas, tesudas. Apesar disso, deve
evitar, principalmente na primeira vez, piscadelas assíduas ou
sacarias. Guarde essas coisas para depois, para quando já hou-
ver uma certa cumplicidade entre você e o alvo das suas aten-
ções. Do contr rio, toda essa aura de fatalidade que você acre-
dita existir em seu olhar poder ser interpretada como falta de
tato, vulgaridade e desagrado.
Não banque o hipnotizador Quando quiser, pode certamen-
te desviar-se dos nossos olhos faiscantes e concentrar-se em
nossos lábios. Pode descer mais um pouco até o decote, admi-
rando-o com toda aquela cobiça que convém em ocasiões como
essa. E chegar finalmente às pernas, que se cruzam e descruzam
provocando um frémito quase imperceptível nas meias, deixan-
do entrever ou imaginar aquilo que escondemos entre elas.
Durante toda essa fase de observação, nada o proíbe de en-
treabrir os lábios, passar discretamente a língua sobre eles, mas
de um modo furtivo, como se estivesse tomando fólego, em bus-
ca do oxigênio que com certeza já está lhe faltando. E claro que
um olhar cheio de intenções terá mais eficácia sobre nós se for
lançado no meio de uma conversa entre vários amigos, da qual
você participa do modo mais descontraído possível.

2. Não se limite a essa sedução dos olhos. Lembre-se que as
palavras possuem uma força terrível. Mesmo as mais diretas e
mais cruas. Murmuradas ao nosso ouvido atento, elas têm um
efeito euforizante e abrasador, principalmente se pronunciadas
quando menos se esperam. Imagine-se num jantar em casa de
amigos, por exemplo. Você se acha à mesa e estende o braço
para alcançar o pratinho de amendoins. No gesto, roça casual-

26

mente os seios de sua parceira, ocasião em que deve sussurrar-
lhe imediatamente: 'JÁ não aguento mais de tesão, estou de pau
duro. Vamos sair daqui." Isso vai deix -la doidinha.

3. Frases desse tipo podem ser ditas ao telefone, que, como
você sabe, é um objeto altamente erótico. Ligue para o trabalho
dela, insista para que a chamem mesmo que se encontre numa
reunião, diga que é urgente e que você não teria condições de
ligar mais tarde. Quando ela responder do outro lado, com a voz
trêmula de quem espera a notícia de uma inundação ou de uma
desgraça na família, mencione-lhe simplesmente que você não
aguenta mais, não consegue tirar da cabeça o último encontro
que tiveram, os gemidos dela na cama, e está pensando em coi-
sas mais loucas ainda para fazê-la gritar, uivar de prazer, subir
pelas paredes... Procure convencê-la de que você nem mesmo é
capaz de esperar o final do expediente. Duvido muito que ela
fique aborrecida com esse lance inesperado e tão saud vel.
Se ainda não vivem sob o mesmo teto, ligue tarde da noite.
Dê a entender que já se acha deitado, os pensamentos inteira-
mente voltados para a pessoa dela. Recorde-lhe tudo o que já
fizeram juntos e fale do que ainda poderiam fazer.. Se for uma
mulher bem-humorada, você poder até dar detalhes do que
está imaginando para o próximo encontro. É de uma emoçao
arrebatadora!

4. Saiba transar com uma secret ria eletrónica. Todas as men-
sagens são perinitidas. Uma vez um namorado meu utilizou num
único dia toda a minha fita de gravação só para registrar os seus
suspiros de amor. Nem uma palavra. Apenas a respiração dele,
que eu chegava a sentir em minha pele. Até hoje lamento ter
apagado essa mensagem.
Faça a mesma coisa, mas, além dos suspiros, que tal gra-
var uma transa entre os dois e deixar registrada na secret ria
eletrónica dela essa nova versão de Gritos e sussurros? Ela tal-
vez tenha um gesto de acanhamento ao ouvir-se no auge da
entrega, mas ser de grande excitação reviver num outro dia
esse momento!
De acordo com o seu temperamento ou o seu estado de espí-
rito, nada o impede de mostrar-se atrevido e até mesmo obsce-
no. Depois de um dia estafante, um bate-boca com o patrão, um
almoço de negócios intermin vel, a assinatura de um contrato
adiada e uma corrida insana contra o relógio, ela apreciar essa
mudança radical de comportamento, essa oportunidade capaz
de apagar as lembranças estressantes daquele dia.

5. Enquanto aguarda a ocasião de lev -la para a cama (ou para
qualquer outro lugar), deixe algumas palavras no papel. Man-
de-lhe uma carta declarando toda a sua chama amorosa, todo o
seu ardente desejo. Um pouco de romantismo não faz mal a nin-
guém, mas cuidado para não cair na pieguice... nem cometer
aqueles erros de ortografia imperdo veis. Claro, você pode se
dirigir a ela com toda a franqueza habitual, mas escolhendo o
vocabul rio. Inclua no envelope, por exemplo, um desenho su-
gestivo, uma foto ou um anúncio malicioso recortado de uma
revista. Se puder, contrate um garoto de entregas para prestar-
lhe esse serviço. Revela classe!

6. Não pare nas cartas. Ela merece muito mais. Ainda não ti-
nha pensado em flores? São quase uma obrigação, desde que
você conheça um mínimo de sua linguagem. Rosas vermelhas
indicam uma paixão ardente e devoradora; cravos, nunca - di-
zem que dão m sorte. junte à encomenda um cartão de visita,
procure encontrar as palavras certas para insinuar que a cor das
flores e a suavidade das pétalas evocam para você os lábios dela.
E dê a entender que, quando estiverem juntos, você descobrir
uma maneira surpreendente e inédita de usar as flores enviadas.

7. Não deixe de pensar em presentes mais sugestivos. Peças
íntimas, por exemplo, dentro de um embrulho bem-feito, com

28

papel de qualidade e um laço elegante. Quer algumas dicas ar-
rasadoras? Uma camisola de rendas vermelhas, calcinhas de
seda, ligas de couro, tudo i . maginado para ela, como você não
deixar de enaltecer, e que lhe realçarão tão bem a curva dos
quadris, o arredondado da bunda, o contorno dos seios. Mostre
um pouco de autoridade, exigindo que naquela noite mesma ela
o receba vestida nesses trajes.

8. Quando enfim a mulher dos seus sonhos estiver usando es-
sas roupas de baixo, não perca a oportunidade de fotograf -la
nas mais diversas posições. Sensual e decidida a tudo na cama,
diante do espelho, dirigindo-se ao banheiro, ou ainda fazendo
as coisas mais comuns dentro de uma casa: ao telefone, levando
um copo aos lábios, abaixando-se para pegar alguma coisa do
chão... Tirar fotos possui uma extraordin ria força erótica.
Aquela concentração atr s da m quina, o suspense que antece-
de o clique e o próprio clique vão deixar sua parceira no auge
da excitação. Depois, a foto enfim revelada, sempre a mão, re-
cordando-lhe que fazer amor com você é uma coisa excepcional
e gratificante.
Você também pode deixar-se fotografar. Ou surpreendê-la,
enviando-lhe uma foto sua não muito antiga onde ela não tenha
dificuldade em reconhecê-lo: em calções de banho, bronzeado,
deitado sobre a areia quente, os dedos dos pés lambidos pelas
ondas do mar que vêm morrer na praia. Funciona, meu amigo, e
ainda mais se rabiscar nas costas da fotografia estas palavras:
óAs carícias do mar não são nada comparadas à sensação da sua
pele contra a minhaó ou qualquer outro texto galante que lhe
venha à cabeça. Com uma pitada de poesia, se possível.

9. Conte-lhe os seus sonhos. Mas, em vez de entrar em deta-
lhes, diga-lhe que a imagem dela o acompanhou durante toda
a noite e que foi ainda ela quem conseguiu tir -lo do doce
torpor dos braços de Morfeu. Acrescente que acordou de pau

29

duro, unia ereção quase dolorosa pela impossibilidade de ser
satisfeita.

10. Não tenha medo de falar sobre as suas fantasias, ainda as
mais loucas e inconfess veis. Diga-lhe, se for o caso, que gosta-
ria de vê-la trepando com outro homem na sua frente, de
surpreendê-la cheia de tesão nos braços de uma mulher ou no
meio de um grupo frenético e devasso... Sua companheira não
tardar a lhe contar as dela. Você não é obrigado a ópassar ao
atoó, como dizem os psicanalistas, mas tais fantasias comparti-
lhadas serão a marca de uma cumplicidade cada vez maior, pois
conferirão naturalidade aos comportamentos mais imaginativos.

11. Proponha-lhe um jogo. Peça-lhe que se sente sozinha no
terraço de um café... Você ficar numa mesa mais afastada, ob-
servando, avaliando-lhe o poder de atração e de sedução. Gos-
tar de perceber que os outros a desejam, mas que ela é sua e
que só você tem a felicidade de usufruir dos seus encantos.

12. Não despreze os estímulos visuais. Comece pelas publica-
ções menos picantes, que a excitarão sem transtorn -la e sobre-
tudo sem que fique com a impressão de que você é um tarado
incorrigível. Mostre-lhe inicialmente fotos de mulheres em tra-
jes insinuantes, com roupas de baixo delicadas e sugestivas.
Depois pode passar a imagens mais ousadas, escolhidas de pro-
pósito para revelar suas próprias fantasias e colocar os dois na
posição do voyeur.* Se notar resistência da parte dela, não in-
sista.

30

13. Se ela for mais sensível e mais receptiva à arte e à cultura,
aproveite essa paixão pelos belos temas para mostrar-se um
amador esclarecido, um apreciador do verdadeiro erotismo, que
inclusive vê com maus olhos as publicações meramente pornó.
Apresente-lhe reproduções de bons pintores e escultores.
Rubens, Monet, Picasso, Rodin ou Camille Claudel, para ficar
apenas nestes, ou ainda as fotos de Helmut Newton, grande co-
nhecedor das curvas e dos recantos femininos. Isso não o dis-
pensa das famosas gravuras japonesas, mas às vezes é até mais
original e mais bonito, além de permitir comparações e associa-
ções de idéias. A curva deste seio (aponte para a foto) acaba de
lembrar-lhe aquele belo pescoço ali ao seu lado palpitando sob
as suas carícias; e estas coxas descruzadas aqui (continue apon-
tando) estão lhe sugerindo um certo punhado de pêlos no qual
você gostaria de perder-se.
Não se limite às representações de mulheres. Esculturas de
Apolo ou, já num outro gênero, as fotografias de algum mito se-
xual, com membros viris escapando de uma braguilha entrea-
berta, causarão um certo efeito. Ainda mais se guiar a mão dela
sobre o papel da foto, exatamente como se ela o estivesse tocan-
do com seus dedos leves e há beis. Você pode ainda incit -la a
acariciar as fotos e observar a reação...

14. Não tenho nada contra os filmes pornó, mas às vezes eles
provocam um efeito contr rio daquilo que se deseja. É possível
encontrar no circuito meramente comercial multa coisa estimu-
lante, algo na linha do primeiro Nove semanas e meia de amor
ou mesmo Lua defel, onde não há propriamente apelação.
Se tiver uma filmadora, pode filmar a relação de vocês dois,
mas não caia na bobagem da autocrítica. Nem os comunistas
fazem mais isso.

31

O cenario
ideal

Curiosas como somos, morremos de vontade de conhecer o
seu apartamento. Ele é o retrato da sua personalidade, do
seu modo de vida, paixões e passatempos. É inútil portanto
mudar tudo de lugar ou fazer uma arrumação apenas convencio-
nal antes de nossa visita, pois ficaríamos muito decepcionadas
se não encontr ssemos ali a marca do homem que nos agradou
tanto.
Não se improvisa um ninho de amor. Para que a entrega
mútua seja uma festa de todos os sentidos, é necess rio um mí-
nimo de preparação. Seremos tanto mais calorosas e reconheci-
das quanto mais nos inteirarmos das delicadas atenções em nos-
sa homenagem. Claro que repararemos nisso ainda que você
faça tudo para torn -las as mais discretas possíveis.
Não há dúvida que bolar um pequeno ninho amoroso e pre-
parar surpresas é mais f cil quando você ainda não vive com a
mulher dos seus sonhos. Mas alguns dias, algumas semanas ou
mesmo alguns anos de coabitação não lhe dão o direito de dei-
xar as meias sujas sob o travesseiro. Ao contr rio, seja vigilante
e aprenda a fazer uma boa arrumação para surpreender de modo
positivo, o que e sempre a melhor maneira de seduzir.

A cama

Como veremos adiante, existem outros lugares possíveis e até
mais desej veis, mas a cama continua sendo o local privilegia-
do dos prazeres amorosos. Daí o cuidado específico que esse
móvel merece.

15. A cama deve ser grande, com um colchão firme, a fim de
que nenhum dos dois fique com uma perna no chão ou sinta a
nuca machucada a um aperto mais fogoso.
Evite o colchão de mola, que marca com excessiva constân-
cia a progressão do desejo e do prazer. Esse rangido ritmado
acaba nos distraindo. Isso se não sentirmos vontade de fugir
imediatamente desse quarto que mais parece o consultório do
dentista com a sua cadeira giratória.

16. Os lençóis têm de estar limpos, sem qualquer vestígio de
suas proezas anteriores com outras conquistas. Pode até ganhar
pontos, dizendo à parceira que desde a última vez você não to-
cou ria cama justamente para conservar as impressões, o cheiro
e as sensações que ela deixara ali.
Não hesite em usar algodão para as roupas de cama, um te-
cido adequado em qualquer época. Se quiser tentar uma fanta-
sia, utilize o cetim - mas antes procure cerlificar-se de que
sua namorada não se incomoda com o tecido que já foi o apa-
n gio das meretrizes de luxo... e das casas de prostituição.

17. Se é a primeira vez que está recebendo a namorada em
casa, é claro que você foi a última pessoa a fazer a sua propria
cama. Que tal bancar o boêmio solit rio, a colcha dobrada só de
um lado, dando assim a impressão de que dormiu sozinho, sem
ninguem para aquecê-lo? Lembre-se de que ela está doida para

36

pertencer a você, am -lo, enchê-lo de carinhos, fazê-lo esque-
cer a solidão e, principalmente, as suas aventuras anteriores.

18. É uma boa idéia perfumar os lençóis com um pouquinho
da sua gua-de-colónia ou com algumas gotas de extratos óna-
turaisó, como o almíscar, o âmbar ou o sândalo. Um prazer para
o olfato, uma coisa realmente excitante.
O perfume de mulher (qualquer outro que não seja aquele
que sua companheira desta noite está usando) ou o cheiro de
loção de barbear devem ser evitados. O primeiro pode irritar a

'à i
garota e encorai -la a dar no pé; 'à pelo segundo você corre o
risco de ser confundido com um outro... mas quem realmente?

19. Tenha ou não o há bito de dormir sozinho, não esqueça de
adquirir v rios travesseiros e dos mais macios. Sua parceira se
emaranhar neles, lasciva, sem se fazer de rogada; e, de acordo
com o estado de humor reinante no momento, de acordo com as
vontades e as necessidades, poderão brincar bastante com eles.
Coloc -los, por exemplo, sob a nuca, embaixo da bunda, sob os
pés... Preciso lembrar que sob hipótese alguma você deve se
servir dos travesseiros para sufocar a menina? Quando muito,
ela poder mordê-los para abafar os próprios gritos se, num indí-
cio de consciência, tiver medo de acordar os vizinhos. Quem sabe
o que podem pensar numa época de tanta violência sexual?

Fora da cama

Em vez de atirar-se sobre a mulher dos seus sonhos assim que
ela chegar e lev -la para a cama sem mesmo dar-lhe tempo de
tomar fólego, cuide para que o apartamento e o quarto estejam
em condições de abrigar essa incompar vel festa dos sentidos
que você planejou, cada cómodo constituindo uma etapa no ca-
minho do êxtase.

20. A luz, por exemplo. Nada de lâmpadas fortes. Prefira a ilu-
minação indireta e suave. As mulheres tímidas, que em geral
não confiam muito em seus próprios dotes físicos, imaginam que
com isso os defeitos ficam dissimulados, enquanto a audaciosa
ter ainda condições de ver tudo e de se sentir inteiramente
contemplada.
As velas produzem um ótimo efeito. Perfumadas ou não, a
chama vacilante ao menor sopro do vento d aos corpos que se
procuram e abraçam reflexos misteriosos e embriagadores.
E onde anda a sua imaginação que ainda não lembrou do
que poderia fazer com uma vela comprida, lisa ou em espirais,
mas apagada?

21. Algumas casas de campo ou de regiões serranas possuem
lareiras. Não há nada mais charmoso e excitante do que um fogo
crepitando ao nosso lado e aquele estalido quase ritmado das
brasas. O fogo aquece, fascina, exalta as paixões... E uma pena
que tão pouca gente possa desfrutar de um prazer caro como esse.
Se você, entretanto, pertence ao número dos privilegiados,
não tem o direito de esnobar essa oportunidade. Não v esque-
cer de se proteger contra as faíscas; não seria nada engraçado
se uma brasa mais entusiasmada acabasse nos transformando
numa Joana d'Arc dos tempos modernos.

22. O apartamento deve estar arrumado, mas sem exagero.
Queremos ver em você um cara cuidadoso, não um maníaco. Dê
uma atenção toda especial ao banheiro e, se for o caso, livre-se
ou esconda todos os objetos que possam denunciar a visita re-
cente de outra mulher.
Não caia na besteira de reformar o apartamento de acordo
com os conselhos das revistas de decoração, que parecem dar

38

tantas idéias caretas aos solteiros. Uma . desordenzinha bem
transada enlouquece qualquer parceira. Principalmente se você
espalhar por ali uma literatura sugestiva. Não precisa adquirir
as obras completas do marquês de Sade, mas uma boa antologia
de escritos eróticos pode dar ocasião a uma discussão mais
aprofundada sobre o assunto ou até a exercícios pr ticos.

23. Cuidado com os odores. Nada é mais desestimulante que
um quarto-e-sala cheirando a detergente... ou a meias sujas. Exis-
tem perfumes para cada atmosfera. Algumas gotas sobre uma lâm-
,râncias bem agrad veis que duram horas.
pada espalham frag

exagero de transformar o quarto na galeria dos espelhos do pa-

lá cio de Versalhes, mas procure coloc -los ao pé da cama, nos
lados e até mesmo, havendo condições, no teto. Uma mulher
sensível adorar dividir com você esse espet culo excitante que
ambos podem se proporcionar.
No banheiro então, nem se fala! Tanto acima do lavatório,
naturalmente, quanto numa das paredes onde os dois poderão
se contemplar dos pés à cabeça.

25. E a música, hein'~... Tem que ser alguma coisa que agrade
a ambos e num volume que não abafe a mais doce das melodias
- os seus próprios gemidos e sussurros. Quer dizer, fundo musj_
cal, só isso. E se houver na casa um bom aparelho de CD, progra-
me logo v rios discos para não se desconcentrar na hora do amor.
De qualquer modo, uma interrupção na música nunca sera
um estorvo num momento de entrega total. O que realmente
queremos é que você nos faça felizes.

26. Por outro lado, sei a previdente e tenha sempre a mão tudo
aquilo de que pode precisar: camisinhas, víbradores elétricos,
garrafa d' gua, gulodices, óleos... todos os acessórios de que

3 9

voltaremos a falar e que se revelam preciosos quando a paixão
toma conta da gente e autoriza (quase) todos os excessos, ainda
os mais imaginativos.

27. Algumas gulodices merecem umas palavrinhas a mais. Fru-
tas exóticas que você far sua parceira lamber e morder, gengibre
cristalizado - um delicioso afrodisíaco -, chocolates etc. Um
vinho de boa qualidade, uma garrafa das grandes de champanhe
ou algum licor que ela aprecie e até mesmo uma tisana... Tudo o
que puder lhe dar gua na boca, fogo nas faces e o diabo no corpo!
Não se esqueça de abastecer convenientemente a geladei-
ra: tenha sempre ingredientes para preparar uma refeição de-
pois do amor, que, afinal, continua sendo uma espécie de amor.
Algumas mulheres não resistem a emoções desse tipo.

28. Algumas flores viriam bem a calhar. Além do perfume, a
flor é agrad vel aos olhos... e ao tato! Preciso mostrar o que pode
ser feito com uma pétala de rosa ou um botão de margarida? A
flor se transforma ao sabor da sua fantasia e inspiração em aces-
sório erótico e poético!

29. A fim de que nada perturbe o seu doce combate amoroso,
procure desligar a secret ria eletrónica, o telefone, o interfone e
a campainha da porta. Seria de péssimo gosto abandonar os bra-
ços da mulher amada a qualquer sinal repentino de um desses
aparelhos. De mais a mais, um telefonema às onze da noite pode
ser algo altamente suspeito. Dificilmente conseguir convencê-
Ia que foi o seu patrão quem ligou...
Mas, se você está realmente esperando uma ligaçao urgen-
te, responda. Fique entretanto junto de sua parceira. Enquanto
conversa ao telefone. continue acariciando-a, brincando com os
seus cabelos, pegando em seu queixo... Nesses momentos privi-
legiados, você deve deixar-lhe claro que riada conseguiria dis-
traí-lo de sua companhia insubstituível.

40

Onde e
quando?
Pequeno guia

da anti-rotina
acqui, você já tem à sua disposição os trunfos necess rios
para causar uma ótima impressão. Mas não acredite que tudo
esteja ganho! Cuide para que o seu lar, embora encantador, não
se torne uma gaiola de ouro. É preciso que essa companheira
fogosa não se transforme numa prisioneira entediada, sufocan-
do discretamente os bocejos, o olhar voltado para uma janela
por onde desejaria escapar.
Em matéria de erotismo, não há pior inimigo que a rotina.
Quando ainda não se mora com alguém é mais f cil super -la.
Mas mesmo para os casais bem estabelecidos não existe ne-
nhum decreto obrigando a que se faça óIssoó sob as cobertas e à
noite, depois do telejornal das onze. Um pouco de imaginação,
que diabo!

HÁ outros lugares e outros momentos para excitar nossa hb,_

do. Qualquer mudança inesperada, insólita, surpreendente na
decoração do lar revela-se um poderoso afrodsíaco. Com mais
razão ainda quando o combate amoroso aparece subitamente
como um jogo cheio de perigos ou proibido. A urgência, o medo
de entregar-se, o sentimento (Ia própria aud cia contribuem
para tornar esses momentos inesquecíveis, justamente por se-
rem excepcionais. E fugazes. Com efeito, essas trocas são
frequentemente r pidas (meu amante preferido costunia cham -
Ias de órapidinhasó). Não importa... E exatamente isso que as
torna prazerosas.

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30. É bobagem não querer ficar no apartamento. Ao contr rio,
aproveite todas as possibilidades que ele oferece. Começando
pelo tapete, o carpete ou o chão forrado da sala (use, de prefe-
rência, lã pura, pois nossa pele é muito sensível às irritações
provocadas por material sintético), onde você se deitar com a
bela mulher que lhe incendeia os sentidos, depois de ter mendi-
gado aos pés dela, como um cachorrinho doido, todas as suas
carícias.
Não negligencie nenhum local ou recanto para nos arreba-
tar impetuosamente. A cozinha, certamente, lugar cult e fetiche
depois das cenas tórridas do filme O destino bate à sua porta,
mas também o banheiro e... a entrada. Ah! a entrada! Assim que
ela chega, você, não aguentando mais, atira-se nos seus braços
procurando aconchego. E então, no momento de ir embora,
como isso é mais forte que vocM, ainda está enlouquecido pelo
desejo... Quem pode resistir a tanto ardor?

31. Espero que não tenha esquecido do elevador. O do seu pré.
dio ou de qualquer outro prédio público. A não ser que a parcei-
ra sofra, apesar dos seus beijos e abraços tranquilizadores, de
uma incur vel claustrofobia.
Ninguém o está aconselhando a fazer a experiência nuni
edific , o de quinhentos andares. A sensação que sugerimos con-
siste unicamente em apertar o botão óPareó, a fim de que o ele-
vador fique eniperrado entre uni pavimento e outro. Lembro-me
de uma grande empresa onde trabalhei. Todos os dias, na hora
do almoço, o aparelho enguiçava misteriosamente. E todos os
dias, de maneira bastante estranha, a secret ria da presidência
e o diretor comercial eram invariavelmente as vítimas pescadas
pelo chefe da manutenção. Ainbos saíam inais radiantes que
assustados, embora o rosto vermelho e as roupas ligeiramente
amarrotadas pudessem sei, atribuídos ao pânico que se apode-
i-ara deles na hora do incidental enguiço.

32. E, já que estamos falando de prédios, você já pensou na
escada? Na volta de um jantar, faça a companheira sentar-se
num degrau e monte-a. Mas cuidado para não tomar tal resolu-
ção na hora em que a zeladora poderia estar varrendo as reas
comuns do condomínio. Vocês não ficariam livres de uma boa
vassourada.
Evite igualmente o quartinho de utensílios e ferramentas,
pouco espaçoso, e o local reservado às latas de lixo, quase nada
propícios ao transbordamento dos sentidos.

33. Recorda-se do filme de Louis Malle, Perdas e danos? Ve-
mos ali o sedutor Jererny Irons e a bela Juliette Binoche, ambos
tomados pela mais louca das paixões, abrigarem-se sob esses
velhos arcos da cidade para os seus engalfinhamentos amoro-
sos, de pé, estertorando de prazer.
Ser necess rio acrescentar que, se nós mulheres gostamos
tanto desse filme, não foi soniente por causa do valor arquitetó-

nico dos arcos?

34. Novidades, sempre novidades. Telefone para o escritório
dela e não desista enquanto ela não aceitar uni convite para o
almoço. Marque o encontro mim local insólito e inipessoal ---
um terraço de café ou um jardin-i público - para preparar o
efeito da surpresa, e leve-a diretamente não ao restaurante, mas
a um hotel, onde naturalmente você já ter reservado tini quar-
to. Eu não hesitaria em aconselhar-lhes tini desses motéis óde
alta rotatividadeó, tão cio agrado dos casais ilegítimos. A decora-
ção deles lembra muito à dos bordéis sofisticados, mas, erotica-
mente falando, trata-se de algo muito eficaz! Espelhos no teto,
corredores estreitos e atapetados, portas identificadas com tini
nome de código ou com o nome de uma cor. Sei à está acostumado
a procur -lo, ter direito a um piscar de olhos maroto por parte da
Propriet ria ou da atendente, que lhe perguntar com muito
Profissionalisirto: ó0 senhor prefere o 4aztjl' ou o ócor de ouro'?ó

35. No caso de hotel, você tem um leque de opções à sua fren-
te. Marque encontro com ela no bar, à hora do ch ou do aperi-
tivo. E conduza-a até o quarto reservado com antecedência para
a noite. Encomende uma refeição que5 de acordo com os tempe-
ramentos, vocês podem comer antes ou depois do amor.
De qualquer modo, nunca tire da cabeça a Idéia de que se
acham num lugar magico, sinónimo de evasão, de férias, de en-
contros secretos... Os hotéis são em geral acusados de impesso-
ais, mas nada o impede de tornar o quarto mais aconchegante,
solicitando previamente a colocação de flores ou de cestas com
frutas. Pode inclusive escolher hotéis menos modernos. O que
afirmo é que sua namorada ficar agradecida por essa escapad
intempestiva e não deixar de expressar a gratidão por gestos
bem significativos.

36. E se ambos resolverem ir ao cinema? Escolha de preferên-
cia um velho filme ou uma sessão logo após o almoço e procure
sentar-se com ela em uma das últimas poltronas. A menos que
se vejam inesperadamente diante de uma obra-prima (coisa
bastante rara hoje em dia), não hesite em distrair a acompa-
nhante. Comece pondo-lhe a mão no braço, coloque-a em se-
guida entre as coxas cruzadas, obrigando-a, com um gesto sua-
ve, mas decidido, a descruz -las. Acaricie-lhe pacientemente
as coxas até que se sinta confiante para subir mais um pouco em
busca do tesouro misterioso. Cubra-a de beijos. Desabotoe uma
ou duas casas de sua blusa... Em pouco tempo a mão dela estar
em seu colo, tentando correr o zíper da calça, insinuando-se por
entre o cós da sunga ou da cueca (se é que você não teve a ótima
idéia de dispens -las nesse dia) para agarrar-lhe a piroca... o
filme lhes deixar uma impressão inesquecível, embora a ver-
dadeira obra-prima esteja acontecendo no escurinho do cine-
ma, não sobre a tela.

46

37.Afirma um slogan (e o publicit rio que bolou a campanha
merece todos os aplausos): óCom a SNCF* tudo é possíveló.

Tanto de dia como à noite.
Durante o dia, num desses grandes vagões onde as poltro-
nas são prudentemente enfileiradas duas a duas, você pode agir
corno no cinema. Para se protegerem contra os olhares indiscre-
tos, reprovadores ou invejosos (reprovadores porque invejosos9)
desses enjoados que ficam indo e vindo pelo corredor, ponham
uma coberta sobre o colo: isso evitar que a curiosidade alheia
perceba o trabalhinho gostoso que a sua mão está fazendo na
boceta da companheira. Você pode se contentar com isso ou
continuar a coisa no banheiro. Você sentado no vaso coberto,
ela montando. Não se desconcentrem com a impaciência dos

que estão do outro lado esperando que desocupem o sanitario e

tentem sair o mais discretamente possível. É bobagem chamar a
atenção.
A noite, de acordo com as suas economias, optem pela pol-

trona-leito ou pela cabine. Na primeira, o prazer ser decupli-
cado pelo temor de serem surpreendidos por um vizinho insone.
No segundo, ser estimulado pelo conforto. Num caso ou no
outro, o próprio balanço do trem estar contribuindo para tornar

o momento extremamente delicioso.
1
E lógico que tais aventuras não precisam limitar-se às via-
gens de trem. Vocês podem óIr às alturasó, no sentido próprio
da expressão, isto é, num avião. Escolham, por exemplo, um vóo
Rio-Paris e até, domesticamente, um Rio-Manaus: as refeições
e as projeçoes de filmes constituem uma excelente distração pa-
ra o comum dos mortais e uma ocasião de primeira para aman-
tes fogosos como vocês.

des Cheinim deftr Fran~ ti is, órgão respons ve I pelo transporte ferrOVi riO
na França.

47

38. Estimule a parceira a lembrar-se de quando estava com 15
anos de idade (e aproveite para recordar também os seus), im-
provisando um flerte no carro. Beije-a quando pararem num si-
nal vermelho, depois torne-se mais ousado. Conserve uma das
mãos no volante e com a outra acaricie-lhe os seios e as pernas.
Pegue na mão dela e conduza esses dedos habilidosos até o zi-
per de sua própria calça.
Você está autorizado a fazer uma pequena parada num re-
canto tranquilo, inclinar o banco e derrubar a tigresa. Um ba-
nho de juventude!

39. Durante uma escapada de fim de semana ou uma viagem,
e até por medida de segurança nas estradas, pense numa pausa
para relaxar. Desçam do carro para se perderem nos bosques.
Podem encontrar um tapete relvoso à sombra protetora de uma
arvore, estenderem as próprias roupas no chão para evitar que os
gravetos espetem o corpo da garota! Se estiverem afastados dos
grandes eixos rodovi rios, procurem moitas de feno num campo
deserto logo depois da colheita ou uma granja abandonada.

40. Aud cia, sempre aud cia, bastante aud cia! Durante uni
jantar ern casa de amigos, assim que a entrada tiver sido retira-
da da mesa, toque-a com o joelho. E, se estiver estrategicamen-
te posicionado, pode inclusive tirar o sapato e deslizar o pé en-
tre suas coxas para excit -la ainda mais; o atrito da sua meia
(por favor, de lã pura ou de fio escocês) contra a calcinha causa-
r além disso um leve ruído que ela procurar abafar.
Depois da sobremesa, sumam os dois no banheiro, e pegue-a
como bem entender: contra a parede, a pia, a beira da banheira
e o vaso sanit rio. Se é que não preferem o quarto de dormir e a
cama dos anfitriões, com todos os casacos das visitas ali amon-
toados. Se quiserem, deixem a porta encostada: o medo de se-
rem surpreendidos aumentar o prazer.

48

41. Pensem no banho turco, seus vapores incitam mais à indo-
lência que o calor seco da sauria. Ao contr rio, esta última lhes
dar energia para depois. Se a maior par-te dos estabelecimentos
alterna os dias reservados aos homens e às mulheres, muitos já
resolveram criar hor rios e dias mistos. Vapor, relaxamento, aro-
ma, suor.. tudo isso é feito e concebido para encoraj -los. Des-
pidos os dois ou vestindo pudicamente apenas a calcinha e a
cueca, comece a massagear a garota, esfregue-a com uma luva
~não v logo tocando-lhe com o sexo), procure enxagu -la com a
agua clara das pequenas fontes... Leve-a em seguida a uma des-
sas alcovas projetadas por arquitetos orientais ou espere a du-
cha final. Tudo isso é bom, quente, excitante.

42. Preocupados com a forma física e a linha, anibos acabam
de entrar para uma academia de gin stica: pois recebam os

meus parabéns. Aproveitem a idéia para praticar Lini esporte in-
tensivo e não previsto pelo regulamento, de preferência fora da
sala de musculação. Insinue-se no vesti rio feminino ou carre-
gue a garota para o dos homens, lugar ideal para a pr tica de
certos abdominais...
Não precisani inscre\er-se na mesma academia. Diga-lhe
para encontr -lo lia (IL]a(11'~i dC tênIS OLI \,à busc -la no salão de
danças, e niostre-llie então o que é capaz de bolar, No vesti rio
ou no salão de danças (lesei-to, a barra e os grandes espelhos
podem tornar-se inesperados aliados...

41)

As delícias das
preliminares

Ce existe uma coisa que as mulheres podem criticar em você
~Jé a de não consagrar um tempo satisfatório às preliminares.
Todos esses momentos em que se percebe a tensão aumentar, o
desejo ganhar pouco a pouco cada uma das células de nosso
corpo, a garganta ficar seca, os lábios cada vez mais úmidos. O
instante em que o seu sexo, meu amigo, duro e volumoso, não
p ra de crescer. As preliminares permitem-lhe domar nossos
corpos, corações e espíritos sempre vidos de sensações novas.
Elas reforçam a cumplicidade e a confiança, propiciam o enten-
dimento e nunca se parecem entre si.
Salvo por alguma urgência ou exceção, nós mulheres não
saberíamos prescindir disso. As preliminares não são tira-gos-
tos que cortam o apetite; são ao contr rio um convite ao prazer,
um tempero para a penetração, ingredientes indispens veis e
quase tão boas quanto o próprio orgasmo.
Lembre-se dos preceitos do Kama-Sutra: óA rispidez e a
impetuosidade caracterizam a vitalidade masculina. Ao passo
que a ternura, a afetividade, a doçura e a amenidade são incli-
nações próprias ao sexo feminino. Embora o arrebatamento e
certos modos pareçam às vezes provar o contr rio, com o tempo
a natureza específica dos dois sexos retoma os seus direitos.ó
Assim, leitor amigo, controle o apetite e saiba fazer com que
a tensão aumente. Você não vai se arrepender.

53

Que tal bfincar um pouquinho?

O amor é assunto sério: razão ainda maior para divertir-se. In-
ventando jogos ou buscando o auxílio de objetos selecionados
com esse propósito. No início, à vista de certos objetos inco-
muns, as mais sérias se mostrarão talvez arredias ou até aparen-
temente zangadas. Cabe a você inici -las, ensinar-lhes as re-
gras e o modo de jogar. Bastam um mínimo de atenção e muita
sensualidade.
Pode ocorrer que, apesar de sua paciência e delicadeza,
você não consiga vencer a resistência da parceira. Não encare
isso como um fracasso pessoal e deixe de lado os brinquedos
especializados. HÁ outros jogos, e muitos objetos desviados de
sua função habitual substituirão vantajosamente as invenções
do comércio.

43. Comece pelo pênis artificial, o mais conhecido e o mais
utilizado de todos os acessórios. Experimente pass -lo pelos
mamilos da parceira, sobre o umbigo, a boceta, o períneo [espa-
ço entre o âmis e os órgãos sexuais]; depois introduza-o na vagi-
na. Faça um movimento de vaivém, variando a velocidade e a
pressão. Com a mão livre, não interrompa suas caricias.

44. Procure fazer com que ela mesma se sirva desse objeto de-
licioso e continue o que você tinha coineçado. Deve, por exem-
plo, guiar-lhe a mão, acariciando-a sempre com a outra, até
deix -la brincar sozinha, sem tirar-lhe os olhos. Crescendo a
excitação, você pode acariciar-se a si mesmo... Apostamos que
depois de um tal prazer ela ficar doidinha para inverter os pa-
péis e pagar-lhe na mesma moeda, o que é ainda o mínimo!

45. Incremente a brincadeira passando na extremidade do pe-
nis artificial mel de abelha ou creme lubrificante - para um

.54

contato mais suave, mais quente e mais sensual que lhe pernu-
tir , se for devidamente autorizado pela garota, tocar e brincar
corn o ânus dela.

46. Quanto a acessórios mais sofisticados, não hesite em visi-
tar uma loja especializada e informar-se sobre as últimas novi-
dades. A escolha é vasta. Ali se encontram, por exemplo, pe-
quenos cilindros para serem colocados na ponta da vara. Eles
SaO providos de calombos, dentinhos e outras cristas: extremi-
dades prazerosas para deliciarem a vagina de sua companheira.
E as famosas bolas chinesas, enfiadas ao longo de um pequeno
cordão'? A brincadeira consiste em introduzi-las no ânus e
retir -las, muito delicadamente, unia a tinia, puxando o barban-
te. Claro que a lista não é exaustiva!
Proponha à mulher dos seus desejos que o acompanhe nes-

se passeio incomum. Cumplicidade garantida e certeza de que
ela não dar no pé à vista de suas compras.

Acessonos

47. Se a idéia de visitar unia dessas lojas que estimulam a
sacanagern choca muito os seus resquícios de educação bem-
pensante, recorra aos objetos COMUns que podeni ser desviados
de sua função prim ria. Pense, por exemplo, num cachecol des-
Iizando pelo corro dela, com o qual poder vendar-lhe os olhos;
no colante ou em meias para aniordaç -la, ainarr -la...

48. Uma pluma para acancl -la e fazer-lhe deliciosas cóce-
gas. Se você não tem uma pluma, o que não seria nada de extra-
ordin rio, use flores secas ou unia escovinha. Na falta de coisa
melhor, um fiozinho de franja arrancado do edredom funciona

56

maravilhosamente. Ele acaricia de um lado e arranha ligeira-
mente do outro; eis uma manipulação que não necessita de ins-
truções de uso.

49. O uso de objetos perfurantes está na moda, e seus adeptos
emprestam-lhe virtudes eróticas incontest veis. Sem ir ao exa-
gero de abrir buracos por todo o corpo, você pode muito bem
pegar as argolas que pendem das orelhas da mulher amada e
picar-lhe levemente os mamilos ou ainda os seus... Isso pode
ser feito em todas as partes do corpo, à sua escolha.

Senhores e escravos

50. Peça-lhe que amarre as suas mãos atr s das costas e acari-
cie-a com o que restar, ou seja, muitas coisas: os cabelos, a lín-
gua, os cílios, os dentes, a piroca.

51. A mulher acha-se liberada, e é exatamente por isso que
pode agora reivindicar de tempos em tempos o direito e o prazer
de ser submetida. Com um cinto ou um cachecol, amarre-lhe os
punhos. Pronto, está assim entregue a todos os seus caprichos.
Para manifestar o desejo, o consentimento, e provocar o seu,
caro amigo, a tigresa não parar de mexer os quadris, as costas,
as pernas e os pes. Nem ela nem você se arrependerão desse
joguinho.

52. Ponha-a sobre os joelhos, com toda aquela bunda para o
alto, e dê-lhe umas palmadas firmes e sonoras, acariciando-a,
porém, logo em seguida. A garota esperneia, suspira, pede mais.
Você pode fazer a mesma coisa com um cinto... Sem nunca es-
quecer que se trata de um jogo amoroso, e não de um pretexto
para dar vazão a algum instinto mais ou menos s dico.

53. Tenha a coragem de Propor-lhe a sessão do cabeleireiro.
-Você já se cansou de mergulhar os lábios, os dentes, a boca in-
teira naquele doce calor dos seus pêlos púbicos e vem sonhando
com ela raspadinha... Dete-a sobre a cama, com uma toalha sob

a bunda. Comece cortando os pêlos; depois, suavemente, com a
ajuda de um pouco de creme de barbear e de uma navalha mer-

gulhada em gua morna, tire a penugem restante. Doçura e pre-
cisão se impõem, mas que regalo no final. Seque. Lambendo ou
com uma toalha com que esfregar o seu clitóris ardente. De-
pois, faça-a tocar o aveludado da pele, coloque-a em frente de
uni espelho, a fim de que os dois possam contemplar juntos
aquele monte de Vênus enfim revelado em toda a sua nudez.

jogos de crianças

54. Lance-lhe um desafio, ameace-a com multas se ela
fraquejar- Uma manhã peça-lhe que saia sem usar calcinhas e
fique assim durante todo o dia. Se ela não atender ao pedido,
ser sua escrava naquela noite. Ela pode se óvingaró exigindo
ha na lapela do paletó ou no bolso do
que voce use sua calem
blusão. Ai de você se se recusar, pois ela estar disposta a
castig -lo com umas boas chicotadas.

55. Havendo criatividade, qualquer brincadeira pode tornar-
se erótica. Póquer, bisca, batalha naval tornam-se excitantes se
1
vocês apostarem a roupa do corpo. A cada ponto perdido, uma
determinada peça desaparece... Quem ficar nu primeiro sera
44 . - . 9
condenadoó a barbarizar o outro. Existe punição pior.

56. Vocês não precisam esperar o carnaval para se fantasia-
rem. Ninguém está pedindo que vistam a panóplia completa do

cado modelo de uma rainha. Um Pu-
Supe
,r-Hornern ou o c0111P1' eis que a fogosa acaba de
querio avental sem nada por baixo, e 1ma grande cami
transformar-se numa empregada doméstica; ii
sa branca, e ternos aí você de médi . co ou ela de enfermei
a... Um chicote e botas,
ocupado(a) numa auscultação minucios
pronto, o domador ou a dornadora. Vamos ao grande número cir-
,crise, aos leões e às leoas famintas

JÁ!c,,,almente no catA090...
V__

57. Peça à sublime mulher que se acha à sua frente (ou já total-
mente colada a seu corpo) que lhe ofereça um stry-teasC bem
sensual. Escolha a música adequada: Marvin Gaye ou Brian
Ferry, para ficar apenas nestes, e fique apreciando a mulher dos
seus desejos sem deixar de acariciar-se. Não é proibido tirar
fotografias ou filmar para imortalizar esse momento m gico em
que ela se oferece a você. Os dois podem inverter os papeis -
caber ao senhor, meu amigo, despir-se corri toda a sensualida-
de que convém a esse tipo de exercício.

58. E, já que ternos música, tire-a para dançar. Inteiramente
nus, agarradinhos, embalados numa música lenta, durante a
qual você lhe far sentir e apreciar todo o ardor do seu membro
viril, cuja ereção não lhe deixar qualquer dúvida quanto à na-
tureza do seu tesão.

Guloseimas

- e a entrada do sexo com algo
59. Cubra-lhe a ponta dos seiose compota funcio
doce. Passe a língua e deguste. Mel ou doce d

... otimamente. Dependendo do gosto pessoal, Podo ser algo
,gjgado ou açucarado. De qualquer modo, evite a pasta de an . -

,,ado de galinha ou Os molhos picantes, col-
ci,ovaS, O patê de fíg ornar-lhC o há lito bastante de-
sas bem gordurosas que podem t

sagrad vel- Orn uma dessas coisas. P
Mostre-lhe o seu sexo coberto e ento completo, sem o que
60. o desaparec,a_lhe que o lamba até Orri uma penetração dolorosa.
-la c
'íoc
,é pode arneaç


ncavo de seu u
61. Derrame uni pouco de champanhe no co o um pires de
bigo e beba-o com o esmero de um gato lamberid -las sai-

leite. V renovando a experiência enquanto tiver sede, ri
briaguez. O objetivo, não custa nada lem-
ba parar antes da erri s provar à parceira, Por todos os meios
brar, n50 é o porre, ma
disponíveis, a estima que você lhe tern-

62.Peça_lhe que levante a bunda. ponha delicadamente uma
ou duas almofadas por baixo e derrame charripanhe sobre o
já,t6ris~ os lábios da boceta e dentro da vagina. Lamba, depois

c não até a espuma, mas até a beira do êxtase.
beba esse c lice...

63. Corno já lhe aconselharnos, tenha sempre à rnão... e à boca

frutos secos e geléia de framboesa; ou chocolates, a menos que
Ornento está ronronando e
~m total quietude,
a parceira, que no ril luerer transforrn -la numa bola.

não v no outro dia acus -lo de c
Em razão de ciúmes ou de extremado senso de posse.
' ualmente para não ver os seus
Por simples prudência, e ig or se transformarem em abomi-
enternecedores punhados de am slizar um cacho de

n veis pneus, prefira frutas frescas. Faça de
uvas sobre o seu corpo fremente ou faça cócegas em seus mar-ni-
Ios com um morangro. Introduza em seguida a fruta escolhida na
boca e peça-lhe que v busc -la. O primeiro que precisar pór a

mão ou o dedo pagar uma multa. Esse excitante boca-a-bo(,,,
pode renovar-se ao infinito. Vocês têm assim condições de ana-
lisar a mecânica dos fluidos com um pouco de lcool. Um gole
de vinho, de vodca ou de champanhe conservado na boca é de,
ses afrodisiacos irresistiveis que permitem tudo conhecer do,
pensamentos do outro. Caso ainda guardem uma ou outra dú ~ Ö-
da... E claro que você se apressar em lamber as gotas que lhe
correrem pelo pescoço para desaparecer entre os selos.

64. Dê-lhe de comer na boca, como a um bebê. Iogurte, creme
de chocolate ou de castanha, compota, o que lhe der na cabeça,
Use uma colherzinha cujas bordas você já ter lambido conscí-
enciosamente, depois ofereça-a à companheira. Se ela a colocar
sobre os lábios, cabe a você lamber.. Um exercício dessa natU-
reza, todo em jogo de língua e em sugestão, só pode aumentar a
febre que já começou a deixar os dois arrepiados.

Na gua

Espero não estar cometendo nenhuma indelicadeza ao lembrar-
lhe que no amor a limpeza pessoal é indispens vel.
Evite, porém, se socar no banheiro exatamente na hora em
que deve estar prestes a iniciar o ato. A criatura dos seus sonhos
que começava a esquentar-se debaixo daqueles beijos molhados
poderia esfriar com uma demora além da conta; ali s, nada me-
nos excitante que beijar uma boca cheirando a dentifrício, sugar
um sexo há pouco odorizado ou sentir o forte aroma de um desses
desodorantes que mantêm as axilas perfumadas o dia inteiro...
Se há uma coisa que lhe pertence exclusivamente é o seu
cheiro. E o que permite identific -lo, de olhos fechados, entre
mil outros homens. É o que lhe torna unico e inesquecível.

60

65. Mas que isso não o desobrigue de escolher unia gua-de-
colónia de fragrância sedutora. O âmbar, o almíscar. o patchu11
são os mais irresistíveís. No entanto, todos os gostos estão na
riatureza, e você não hesitar em informar-se sobre o periume
que agrada ao objeto dos seus desejos.

66. O banho pode tornar-se um momento de extremo erotismo
desde que compartilhado. Ele ganha então valor de relaxamen-
to e de óaquecimentoó adequado. Em vez de entrar na banheira
sozinho, convide-a para acompanh -lo. A rigor, a galanteria exi-
ge que você lhe prepare um banho. Mas não se sinta obrigado,
como em Hollvwood, a encher a banheira de champanhe ou lei-
te de cabra; entretanto, sais especiais, espuma ou algumas go-
tas de óleos essenciais serão sempre bem-vindos. Cheiram bem
e amaciam a pele.

67. Enquanto a sereia estiver se deliciando sob a espuma, lan-

çando-lhe olhares inequívocos, ofereça-lhe um copo... e come-
ce a despir-se com lentidão.

68. Sente-se à beira da banheira e divirta-se. Diga que vai en-
sabo -la, peça-lhe que fique de pé e, com unia luva apropriada,
uma esponja ou, ainda melhor, com suas próprias mãos, acaricie
em vez de esfregar todas as partes de seu corpo. Pelas costas,
demore-se o quanto puder cuidando da bundinha. Pela frente,
uma atenção preciosa aos selos e à boceta. Erga-lhe os braços e
concentre-se nas axilas. Em seguida tire-lhe a espuma do corpo
com o chuveirinho e enxugue-a lentamente com unia esponja.
Cuidado com o rosto. Se a bela ninfa estiver maquiada, ficar
muito zangada se você estragar-lhe a pintura.

69. Continuem se divertindo! Uni pouco de espuma na ponta
do nariz, sobre os mamilos, no cóncavo do umbigo, até mergu-
lhar a mão cada vez mais profundamente.

61

IT

70. junte-se a ela sem esperar mais, antes que a gua lhe en-
rugue a pele. Ali, faça o que bem entender. Beijos, caricias sern
fim, abraços, fique à vontade. E quem é que não se sente bern
dentro d' gua? Sem fadiga nem tensão, o espírito relaxado...
Tudo é possível e tudo é bom.

71. As distrações descritas acima revelam-se evidentemente
impratic veis numa banheira pequena ou no boxe da ducha. O
que não significa que a ducha proíba as alegrias e as surpresas,
Convide-a para uma chuveirada com você, passe o jato d' gua
ao longo do seu corpo. Prazer garantido e decuplicado se a du-
cha possuir uma bola massageadora. Você procurar variar a
intensidade do jato, pass -lo sobre os seios, depois sobre a
boceta, onde se demorar um pouco mais. Promessas de outras
massagens que se preparam...

72. · saída do banho ou da ducha, enrole-a numa grande toa-
lha ou num penhoar. Esfregue suavemente. Abrace-a lentamen-
te e com firineza para aquerê-la. Termine essa toalete passan-
do-lhe leite de rosas por todo o corpo.

Vestuario e roupa de baixo

Nenhuma dúvida quanto a isso, o vestu rio é um dos principais
trunfos do jogo erótico. Assim, por favor, leitor amigo, aprenda a
manipular as peças íntimas femininas com habilidade. Nada
menos erótico que dedos nervosos tentando soltar uma pressão
do sutiã ou desprender uma liga teimosa. Pior ainda se o desa-
jeitado xinga, fica ofegante, maldiz e deixa escapar: óPorra!
Como é que funciona esta desgraça?ó, fazendo-se passar, a es-

62

colha, por uma pessoa grosseira, um potro a ser domado ou um
alérgico às bugigangas a mo a. 11
pois fique sabendo que essas ódesgraças são um dos tem-
peros do amor. Para muitos homens, fetichistas do . espartilho e
das ligas, não haveria prazer algum sem essas coisinhas. Claro,
não são fundamentais, e multas mulheres não temem dispens -
Ias a fim de medir o seu grau de excitação quando, deslizando
unia mão temer ria sob a saia delas, você não encontra qual-
quer obst culo no caminho do jardim secreto.
Entretanto, as mulheres Iffieradas da liberaçãoó vêm cres-
cendo em número e redescobrindo o prazer das peças íntimas
bonitas. Escolhem-nas em geral pensando em você, imaginan-
do o efeito que lhe causarão... A menos que, como não me farta-
ria de aconselh -lo, você tivesse a boa idéia de fazer com que
nos entreguem a domicílio a língerte tão cobiçada.
Treine portanto a maneira de lidar habilmente com as ligas

e os colchetes. Logo descobrir que tal exercício requer facul-
dades intelectuais e manuais inteiramente ao seu alcance.
Tornar-se um especialista na matéria não significa que deva
desvencilhar-se sumariamente da tarefa. Fora com esses mal-
educados que desabotoam uma mulher sem um único olhar, uma
só palavra, nem se mostram sensíveis a essas pequenas maravi-
lhas escolhidas com amor. Procure ter calma, admire a lingerte
e o que ela guarda. E divirta-se!

73. Despir uma mulher é uma tremenda ar-te. De acordo com o
ânimo, você pode brincar com ela bancando o troglodita, arran-
cando-lhe as roupas com suas mãos frenéticas. É exótico e até
mesmo abrasador, desde que saiba escolher o momento e repare
pelo menos na camisola de seda que deve ter o cuidado de não
rasgar durante um excesso ardoroso... O que o obrigaria, claro, a
presente -la com outra já no dia seguinte.

63

74. Nada o proíbe, ao contr rio do animal instintivo, de esco-
i lher a maneira doce, a exemplo da bela Juliette Greco, musa de

Sai nt-Germain-des -Prés, sussurrando:

Tire minha roupa... Tire minha roupa...
Sim, mas não de uma vez,
Não tão depressa...
Saiba me cobiçar....

Dê-se portanto o tempo de um desfolhamento suave e sen-
sual. Acaricie e beije o ombro que acaba de descobrir, mergulhe
no decote, descase os botões um a um, brinque com o fecho
ecler, puxe o zíper para cima e para baixo... Não tenha pressa!
Extasie-se diante de cada pedaço de carne assim revelado. E
então vem a lembrança daquilo que a sua querida mãezinha lhe
dizia, quando você batia com os pés diante das vitrines de brin-
quedos natalícios: óA expectativa já é metade do prazer.ó Hoje
isso é ainda mais verdadeiro, já que a atual expectativa é algo
praticamente certo e pode repetir-se por muito tempo.

75. Brinque com as peças íntimas. Descubra, recubra o ma-
milo, beije-o através da renda do sutiã (fi rigi rido ou não, a ques-
tão não é essa). Deixe a amiga assini, iiiii cios seios seminu, o
outro ainda prudentemente escondido, e comece a cuidar da
caleinha.
Puxe-a ria parte [rase

ira, à altura do rego da bunda, )ara
cima, a fim de esfregar e -queimar--- o seu sexo. Acaricie-lhe ~~
boceta através do fino pedaço de tecido, excite o clitóris fazen-
do-o aparecer e desaparecer sob o pano. Sem se preocupar cof ti
a caleinha, enfie os dedos na vagina, sempre nurn movimentu
de vaivém. O contato do tecido. seda e renda, contra as parede~-
vaginais é irresistivel. iNlelhor ainda que todos OS aCCSSórIOS CO11
que enfeita a ponta de sua altiva piroca.

76. Se soube brincar com competência, a caleinha dela deve
estar molhada. Retire-a delicadamente, fazendo-a deslizar ao
longo das pernas, depois leve-a até o rosto. Aspire, cheire, hei-
je... Que embriagante perfume de mulher! A bichinha vai ficar
eternamente agradecida.

77. Brinque com as tiras de el stico das ligas, faça-as estalar,
primeiro devagarinho, depois com mais força. Ruído seco e sur-
do. Diga-lhe que essas tiras são como as fitas das embalagens
de presente em suas pernas gostosas. Desabotoe. Lentamente,
v retirando as meias.


78. Salvo nos casosem que a mulher revela uma passividade
suspeita, uma timidez doentia ou uma preguiça conden vel,
deixe que ela o dispa. Você pode inclusive propor-lhe orient -la
na tarefa, pegando decisivamente em sua mão e apertando-a con-
tra a sua braguilha inchada, esticada, prestes a rebentar-se. Um
modo inequívoco de mostrar-lhe que há uma certa urgência.
Você pode ajud -la a desamarrar um cinto apertado, mas,
por favor, não tire a roupa sozinho com a velocidade de um raio.
Nada menos sensual que encontrar um homem nu debaixo da
coberta em menos de cinco segundos cronornetrados, quando
ainda nem se acabou de degustar o primeiro beijo.

79. Para apimentar à vontade o desfolhaniento, você está per-
feitamente autorizado a usar peças íntimas... digamos surpreen-
dentes. Ouse, por exemplo, o fio-dental ou uma ceroula com um
buraco deixando passar a piroca. Tudo é aconselhado, tudo é
permitido, principalmente as surpresas.

80. A fêmea acha-se enfim nua... Ela pode continuar assim,
inas nada o impede de recorrer a unia vestimenta escolhida com
cuidado. Um de meus amantes pediu-me um dia que vestisse
Um casaco que ele tinha tido o borti gosto de me ofertar alguns

65)

dias antes. Amorosa e dócil, sempre vida de novas sensações,
obedeci-lhe rapidamente. Ah! o ruído do couro que ruge e se
amassa!
Os anos passaram, os amantes também, mas nunca mais es-
queci aquela noite.

81. Se você se despiu antes da chegada dela, volte a usar algu-
ma coisa, por exemplo, um roupão ou um quimono. Amarrado
com displicência, ele entreabre-se ao menor movimento: quan-
do se senta, quando se levanta, quando cruza ou descruza as
pernas, deixando entrever um torso que palpita e um sexo vigo-
roso, cheio de promessas. Tantas visões próprias a dar idéias a
qualquer espectadora atenta.

Massagens

Momento privilegiado! As massagens ensejam a descoberta e o
domínio do corpo da mulher, testemunham-lhe todo o desejo
que ela provoca em você, toda a paciência de que você é capaz
em relação a ela, toda a ternura e atenção que lhe dedica.
Não sei o que o meu querido leitor sabe a respeito, mas a
famosa massagem tailandesa, que assombra os machos dos em-
co continentes,, nao é a única dotada ele virtudes eróticas e
afrodisíacas. JÁ por si mesma, a nudez confere a esses instantes
de relaxamento um poder erótico ineg vel.
Para fazer massagens não é preciso conhecer técnicas espe-
ciais ou possuir competências particulares. Não estamos nuni
consultório de fisioterapia, A única coisa que conta é o seu de-
sejo de proporcionar prazer à mulher que está COM você, a qual.
só à idéia de abandonar-se às suas mãos experientes e suaves.
já se sente transtornada, vencida por tanta devoção e cuidado.

De qualquer mo O' Procure e icar-se a ais
cómodo confort vel e ar 'ado.

O9
O,&. Massagem da nuca. Em geral as tensões nervosas acumu-
lam-se neste ponto. Faça a parceira sentar-se em seus joelhos e,

se for preciso, junte-lhe os cabelos no alto. Exercendo uma leve
pressão com os polegares, desça desde a base do crânio até
embaixo do pescoço, seguindo a coluna vertebral. Recomece
v rias vezes, sempre de cima para baixo, e estenda-se um pou-

co para os lados partindo da base da orelha. Enfim, massageie
os ombros~ do interior para o exterior, com os polegares, depois

corri a mão inteira, beliscando levemente a pele. Pouco a pouco
sua companheira vai relaxar, entregando-se toda. Deixe que a
cabeça dela apóie-se um pouco em seu rost .


83. Massagem dos pés. São corri muita frequência esquecidos,
mas constituem uma tremenda zona erógena e reagruparn um
grande número de terminações nervosas. Lembra-se do filme

chinês Lanternas vermelhas9 Um hornenivivia com suas quatro
esposas e toda noite escolhia aquela com quem ia dormir a fim
de prestar-lhe a homenagem devida. A feliz eleita tinha então

direito a cuidados especiais. Unia criada vinha massagear-lhe a
sola dos pés com pequenas bolinhas... Relaxamento e erotização
garantidos. Se você não tiver o engenho adequado (bolas de pin-

gue-pongue, chocalhos de criança etc.), nada de pânico, pois
pode muito bem servir-se das mãos. Dê pancadinhas leves, de~
pois massageie cada tini dos dedos, estirando-os ligeiramente,.
Beije quando quiser.. As menos sensíveis a massagens tão Io-
r,
calizadas não resistiriam.

84. massagen, das costas. A força de há bitos )à arraigados oti
'to f, as costas fadi
em virtude de 1,osi çõs nlu 1 intas istas,

, CO-
Peça portanto à parceira que se deite de bruços na cama. 1`
mece a contemplar a visão m gica de suas curvas antes dt~ iiii-
1 ri

ciar a massagem, do cóncavo da região lombar subindo até o
pescoço. Siga primeiro a coluna vertebral com os polegares, es-
tendendo-se para os flancos com as palmas das mãos. Com um
movimento circular, insista sobre o cóncavo da região lombar
bem no nascimento daquela bundinha empinada. Em questão
de segundos ouvir os seus longos suspiros, principalmente por-
que voce estar como que montado sobre as pernas dela, e ela
naturalmente já pressentiu que a sua piroca só pode estar vi-
brando. Para mais doçura ainda, mais sensualidade, recomendo
que utilize óleos ou unguentos perfumados: eles permitem que
suas mãos experientes deslizem sobre aquela pele a essa altura
já bastante sedosa.

85. Massagem dos pés à cabeça. Em certas regiões da índia
pratica-se uma massagem destinada a preparar os homens para
o combate. As mulheres também se adaptam muito bem a ela. É
claro que isso obedece a regi-as beiri precisas que levam em con-
ta os pontos de contato que seguem os nossos diferentes circui-
tos de energia, mas você pode adapt -las. Uma unica norma,
para você sentir-se perfeitamente à vontade: ajeitar-se no chão
sobre unia grande toalha ou um lençol. A mulher deita-se de
bruços, os braços em cruz, ligeiramente erguidos acima da ca-
beça. Você parte do tornozelo, sobe pelas pernas, a bunda, as
costas, os braços, até o alto das iriãos. Recomece v rias vezes
num movimento flexível e contínuo. Depois iriande-a deitar-se
de barriga para cima e retome o mesmo processo, desde a ponta
dos pés até a palma das mãos. O ideal é partir cio pé direito para
chegar à mão esquerda, e vice-versa. Sinta-se à vontade para
demorar-se naquelas partes do corpo que parecem atrair mais
suas mãos. Termine com uma leve massagem do rosto e do couro
cabeludo. É de perder os sentidos... Principalmente porque
você se acha ali, agachado. riu, e terri\clinente desej \ e] coni
esse ar de nada pedir e tudo conceder. Tanta abnegação e
devotamento merecem agradecimentos imediatos.

68

86.Variantes: pod
se utilizar, em vez das mãos, diversos ou-
tros objetos. Pense no que fariam os seus pés naquela bundinha
toda arrepiada.

es sofi '
Prazer i anos compartilhados

Agora que ambos já se tocaram, já domaram um ao outro, já
conheceram a carne e a pele do parceiro, é hora de se entrega-

rem a esses prazeres chamados de solit rios. Estes podem ser
perfeitamente compartilhados e estimularem alternadamente
nossas tendências ao voyeurismo e ao exibicionismo, coisas a
e
que nem sempre estamos atentos.

87. Para encoraj -la, pegue a mão da companheira, guiando-a
pelo próprio corpo dela e deixando claro por esse gesto que sua
intenção é vê-la masturbando-se. Se ela for receptiva e você

souber ganhar sua confiança através de doces injunções mur-
muradas ao ouvido, ela continuar sozinha. Peça-lhe que faça
exatamente como se voce nao se encontrasse ali, ou seja, que se
abandone completamente ao prazer. A mulher amorosa e cheia
de desejo não oferecer quase resistência a conduzi-lo assim ao

mais secreto de sua intimidade e, na mesma ocasião, aproveita-
r para lhe mostrar, tranquilamente, o que ela gosta, o que gos-
taria que você lhe fizesse... um pouco mais tarde.

88. Por sua vez, masturbe-se sob os seus olhos atentos e curio-
sos. Acaricie, belisque os próprios mamilos, passe a mão pelo
torso, o ventre, para enfim agarrar o inenibro e fazê-lo ficar
duro. Nlassagele os testículos. briiique coni a ponta do pari,
sem nUnca desviar os olhos da ainiga para ver o efeito que isso
lhe produz.

69

89. Para uma participação mais ativa da espectadora, peça-lhe
que lamba os seus dedos. Ou, ao contr rio, pegue os dela e en-
fie-os na boca. Quente, quente, quente...

O beijo

Nós o guardamos para a boa boca! Ele representa o bê- -b do
seu jogo amoroso. Se é possível fazer carícias solit rias, beijar-
se sozinho é bem mais delicado, a não ser ficando de pé diante
de um espelho, o que, por mais erótico que às vezes pareça, não
saberia substituir a doçura de lábios quentes e desejados.
Prelúdio de tudo o que vai acontecer (e também de tudo o
que eu disse antes), não há condições de escamote -lo, adi -lo,
precipit -lo, negligenci -lo... Muito pelo contr rio! Sem um
bom beijo qualquer prosseguimento é duvidoso. Portanto, cuide
E em seus menores detalhes. Tente mostrar-se à altura do
famosofrench kiss [beijo francês] que o mundo inteiro nos inveja.

,ii.

90. Enlace-a e aproxime o seu rosto do dela. As testas podem
juntar-se, mas não as bocas, ainda é cedo. Só os há litos confun-
dindo-se, precipitando-se... Resta assim o espaço de alguns se-
gundos, como se você não estivesse muito certo de prosseguir.
Ali s, com que dificuldade você consegue se conter!

91. Muito lentamente, roce com os seus os lábios entreabertos
dela. Nada mais. Depois aperte e aumente pouco a pouco a pres-
são... sem se esmagarem, nariz contra nariz, quase proximo a
asfixia.

92. A excitação só faz crescer, e sua amada tem a boca seca.
Refresque-a com sua língua. Mas não se demore. Depois come-

70

ce a desenhar-lhe o contorno da boca com a língua, insistindo
~ cornissuras. Uma cócega deliciosa de uma sensualidade
irresistível.

93. Neste está gio, as coisas mais sérias podem ser começadas.
introduza a língua, deslize-a entre os lábios, faça com que ela
toque os dentes, massageie suas gengivas.

94. Enquanto a parceira estiver recuperando o fólego, você
deve aproveitar para aventurar-se a novas explorações. Suas lín-
guas tocam-se, enrolam-se uma na outra; você praticamente
chupa a língua da companheira enquanto lhe oferece a sua.

95 linamente e com doçura. Aspire seus lábios um
95. Afaste-se ca

a um, primeiro o inferior, depois o superior; mude as sensações
e varie os prazeres dando pequenos golpes com a língua. Como
se molhasse, secando em seguida, refresque e aqueça.

96. Afaste-se ainda. Olhando-a direto nos olhos, passe uma
pontinha da língua entre os próprios dentes, depois sobre os lá -
bios úmidos. Com isso, você a está convidando a prosseguir. Ela
volta a aproximar-se, você se esquiva, vira a cabeça para ofere-
cer-lhe uma das faces...

97. Ela não aguenta mais, quer continuar. Não é o momento de
decepcion -la. Saiba prolongar e mesmo aumentar o prazer. O
beijo perde um pouquinho a pressão. Os lábios entreabertos,
roce-lhe o rosto todo: queixo, faces, testa, têmporas, as p lpe-
bras sernifechadas. Quando, enfim, relaxada, aturdida mas de-
sejosa, a diabinha naufragar, jogando a cabeça para tr s, beije-
lhe o pescoço. Lamba. Aspire... Ela desfalece.

98. Durante esses beijos apaixonados, abrace o objeto de sua
cobiça. Não fique com os braços caídos e as mãos inativas. Afa-
gue-a. Passe e repasse os dedos por seus cabelos, massageando-
lhe o crânio delicadamente. Torne-lhe o rosto entre as mãos,
acaricie, roce. Ternura, sempre ternura. E doçura. Elas não são
inimigas nem da mais ardente paixão, nem da mais tórrida se-
xualidade. Muito pelo contr rio. São ao mesmo tempo suas pre-
missas e seus mais deliciosos prolongamentos.

Da cabeça
aos pes

A flor da pele

iriais dúvida algurna: você sabe beijar e até muito bc'n
Não há aminho. A

flazão ainda maior para não se desviar de tão belo e Ö
Inulher arnorosa que se esfrega ern você quer ainda mais. E por

toda a parte. implesmente e exageradarriente sensual,
insaci vel? Não. Si eira. os pensarrientos dela estão
vida e feliz por se oferecer intasse os lá -
para você. Ela permitiu que lhe prov
todos voltados sto portantol Apalpe,
hios e o há lito morno... Torne conta do re
a descobrir todas essas regiões ocultas
procure, vasculhe par

cujo contato estimula a excitação e decuplica o prazer. Reser-
vando terripo para descobri-la assim, milímetro a milímetro da
pele, você tranquiliza a mulher que se acha ao seu lado quanto

ao seu próprio poder de sedução. E lhe prova, se houver neces-
sidade disso, que tudo nela é bonito. E born.

99. As orelhas. Muririue-lhe as palavras mais loucas e doces. É
uma coisa formid vel, mas fique calado de. quando em quando. '
, e corri a língua, suba ao longo de
Mordisque~lhe o lóbul( , se a estivesse desetoda a orelha. Percorra-a cri, volta corno
com a ponta, dernore-se um Pouco
muita doçura, Ifíclo.
nhando- Corri 1 prevenir, enfie a língua no ori
na parte de fora, depois, sern

75

Molhe, vasculhe a cavidade, sempre com movimentos circula-
res. Loucura!
Mas cuidado se, no fogo da ação, ela não se lembrou de tirar
os brincos das orelhas furadas. Não v transformar essa delicio-
sa promessa de orgia numa hemorragia!

100. O pescoço. A pele do pescoço é fina e suave. O trabalho
nas orelhas causou um tal efeito sobre a tigresa que ela se aban-
dona, jogando a cabeça para tr s. Aproveite a ocasião. Com um
sopro, roce-o com os lábios, depois lamba. Começando pelas
covas das clavículas (mais acentuadas nas pessoas magras) e
subindo até alcançar o queixo. Demore o quanto quiser nas par-
tes laterais do pescoço que se originam atr s dos lóbulos, ali.
naquela dobrinha em que quase nunca se pensa, exatamente
sob a mandíbula... Dou minha cara a tapa se ela não pedir
arreglo. Você, entretanto, já estar erguendo-lhe os cabelos e
acariciando-lhe a nuca, ali deixando correr a ponta dos dedos
geis. Em seguida, ómergulhe bem suas unhas e seus dedos
delicados na selva daqueles cabelosó... E de endoidecer!
Claro que se os cabelos dela forem curtos não haver como
levant -los... Quanto ao resto, as sugestões são as mesmas.

101. As p lpebras. Alguns segundos de doçura pura num fre-
nesi às vezes selvagem. Suas carícias causam-lhe tanto efeito
que ela naufraga, parece prestes a desmaiar, abandonada, a
boca entreaberta e as p lpebras semifechadas. Sopre apenas
sobre as p lpebras, lamba ligeiramente, beije com delicadeza...
O tempo de uma pausa agradabilíssinia.

102. Os seios. Dlivido que os tenha es(itiecido depois de havei
adivinhado as sugestões tentadoras daquele decote. Mas agora
que lhe são oferecidos saiba cuidar deles e tirar o m ximo de
prazer desses atributos do mais alto erotismo. Acaricie-os lí-
geiramente com a ponta dos dedos. Siga a curva graciosa, brin-

I ~

que com as aréolas e roce os mamilos. Ao endurecerem, provam
que esse primeiro contato não a deixa insensível. Pressione com
niais força. Pegue os seios em suas mãos, aperte, massageie,
esmague com delicadeza. Com delicadeza! A mulher não deve
ter a impressão de achar-se no consultório de um ginecologista,
rnas, ao contr rio, entregue às habilidades de uni especialista
em ternura, nessas inaos cuj . a suave pressão é suficiente para
deix -la completamente arretada. Belisque os mamilos, enrole-os
entre os dedos.
Agora você pode passar aos beijos. Por toda a parte. Demo-
rando-se mais nos mamilos, realmente muito sensíveis e recep-
tivos. Lamba, mordisque, cheire, mame (é isso mesmo: uni mo-
mento de regressão não é uma coisa proibida, e sua parceira não


far qualquer objeção à satisfação inconsciente dos seus instin-
tos maternais). Mantenha a ponta do seio delicadamente entre
os dentes e fique roçando o mamilo com a língua.
Continue, os suspiros dela devem sempre encoraj -lo. Pe-
gue os seios em suas mãos e aperte-os tentando aproxim -los,
até que se toquem e rocem um no outro. Mergulhe o nariz nesse
airbag sedutor, passe a língua na dobra que se foi-ma entre os
dois... Não pare. Não imediatamente, nao agora, não ia.

E evidente que nem todas as mulheres são como Gina
Lollobrigida ou Jane Mansfield. Nada a ver. Não é necess rio
ser a musa de Russ Meyer para conhecer o prazer. Mesmo pe-
quenos, os seios adoram a admiração do amante e merecem to-
das as homenagens.

103. As axilas. Os seios acham-se a tinia Iinguada da axila.
Não deixe de fazê-lo. Nada de cócegas na diabInha já em-
briagada por suas carícias divinas, isso poderia desconcentr -
Ia e não é o momento. Não, você vai mergulhar o nariz sob os
seus braços, como um cachorro enlouquecido procurando... Mas
procurando o quê? Encontrar o odor mais íntimo de sua dona.
Em sinal de reconhecimento, o cão late e lambe. Você não pre-

7 7




cisa latir, mas não seja económico com as linguadas, r pidas ri()
início, depois cada vez mais longas, insistentes e molhadas... O
estremecimento que a percorre, agrad vel a ponto de deix -la
toda arrepiada, assinala que a mulher está ... tocada pelo seu fre~
nesi.
HÁ axilas femininas sem um pêlo, outras mais fornidas, eri-
çadas e peludas como moitas de capim. As primeiras oferecem
a doçura de uma pele fr gil e lisa, as segundas as cócegas de
cabelos loucos. Você pode ser adepto das primeiras, alérgico às
segundas, ou o contr rio. Nada de panico se se vir confrontado
com o tipo que lhe desagrada. Tente a experiência quando esti-
ver excitado, ela pode se revelar surpreendente. Com o tempo
você pode sugerir à mulher amada que raspe as axilas ou, em
caso contr rio, que a deixe florescer corno um bosque selvagem.

104. O umbigo. Só mesmo os egocêntricos para pensar que
ele é o centro do mundo. E, no está gio em que você se encontra,
bem que ele poderia aparecer como tal. Um pouco como para a
orelha, comece precisando o seu contorno, efetuando movimen-
tos circulares com a língua. Depois mergulhe em seu centro. É
irresistível! Você também pode colocar ali uma uva ou uma
framboesa e degust -la sem pór a mão. Só a língua. Ou ainda
pegar a fruta entre os lábios e ir oferecê-la à amante excitada...

105. A barriga. Salvo adoração incondicional de si mesma e
de seu corpo, a mulher gostaria sempre de escondê-la, esquece-
Ia, encolhê-la, dissimul -la, fazê-la desaparecer. Você lhe mos-
trar por gestos que ela não tem razão em pensar assim. Entre o
umbigo e o monte de Vênus, a barriga é uma parte da anatomia
extremamente sensível, e suas carícias podem propiciar-lhe es-
tremecimentos deliciosos. Roce-a com os dedos, a palma das
mãos, os lábios, estendendo-se sempre para os lados. Com a lín-
gua, volte a subir pela parte mediana, frequentemente coberta
por uma linha de penugem macia, leve, quase invisível, mas que

78

n o escapa aos seus olhos perspicazes. Lamba... Ei-lo prisio-
neiro! No alto, o umbigo; embaixo, a entreperna. A partir desse
wornento deixe que o seu instinto passe a gma-lo.
Se quiser, pode tornar a subir para acarici -la pelos flancos,
no ponto onde o estómago forma uma entrada. Que cosquinha
boa!

106. O ínterwr das coxas. Nessa região a pele é fina, suave e
acetinada. Aproveite o momento em que a está despindo para
dernorar-se nesse ponto. Ela se acha deitada na cama, vestida
apenas com as meias. Comece a tir -las com delicadeza e le-

vante-lhe a perna. Passe o rosto, as mãos, a boca (ou tudo o que
quiser, tudo o que lhe parecer aproprIado) no inter,or de suas
coxas. Acaricie, beije, do joelho até... Até essa dobra entre o
sexo e o nascimento da coxa. Quanto mais subir, mais prazer
arrancar da bichinha. De modo bastante cuidadoso, afaste-lhe
para reSDirar o perfume dessa parte tão bem dissimu-

as pernas
Iada do corpo que o deixa louco.

107. As entradas. Suas curvas enlouquecedoras não devem
fazê-lo esquecer suas ópequenas entradasó. Pensa-se raramen-
te nisso, mas é extraordin rio como a dobra do cotovelo e a do
joelho são sensíveis. A mulher experiente, que conhece tudo
sobre como deix -lo maluco, sempre borrifa esses lugares com
uma gota de perfume. Você pode contentar-se em chupar e de-
pois acariciar essas dobras secretas: tesão garantido... Pode até
imaginar muito mais coisas, mas já não respondo por nada.

108. A bunda. Essa parte do corpo em que você sempre repa-
ra, muitas vezes até antes de tudo o mais, merece um tratamento
respeitoso. Deitada de bruços, a parceira lhe oferece uma visão
sem disfarces do próprio traseiro. Pegue suas n degas entre as

79

mãos, amasse-as um pouco; depois, com movimentos circula-
res, afaste e volte a aproximar essas inchações carnudas. Beije,
lamba e sobretudo não esqueça o rego. A fim de não provocar
nenhum desatino antes do tempo, comece pelo alto, massageie
o sacro, acaricie o coecix e desça delicadamente... Uma aproxi-
mação do ânus que pode se revelar bastante agrad vel, mesmo
para aquelas que até então o acreditavam uma zona proibida.
Para deliciar-se e fazê-la sentir-se deliciada com suas carí-
cias, peça à diabinha que empine o quanto puder a bunda, para
que você tenha uma visão mais completa. Se ela mostrar-se re-
sistente, merece uma boa palmada, cujo ardor você mitigar
imediatamente com beijos e linguadas frenéticas.

109. O períneo. Entre a vagina e o anus, é uma das regiões
mais sensíveis da arratornia ferninina... e masculina. Uma das
menos extensas, mal conhecida e até desconhecida. Uma sim-
ples pressão com o dedo, pronto, a mulher já começa a gemer.
Faça movimentos circulares, acaricie, lamba. A felicidade!

110. As mãos. As dela o acariciam tão delicadamente, apode-
ram-se do seu sexo com tanta doçura e habilidade que você já
não pode deixar de render-lhes homenagem. O que lhes dar
vontade de acariciar muito mais ainda e melhor.
Pegue a mão dela e faça com que toque o seu rosto, depois
leve-a aos lábios para beij -la, rias costas primeiro, depois na
palma.
Deslize calmamente até o polegar, coloque-o dentro da boca,
sugue-o, com um movimento de vaivém, de alto a baixo. Passe
ao indicador e repita a dose. E assim com o médio, o anular e o
inindinho, sempre suave e lentamente. Não se apresse, dernore-
se, lamba, mollie, faça os dedos dela deslizarem sobre os seus
lábios. Nein é preciso dizer que todo esse joguinho prefigura

uma masturbação prestes a vir, a refazer ou a sonhar. · sua es-
colha.

80

Quando acabar com os dedos, ocasião em que a dócil estar
~pirando e gemendo, dê a estocada: mordisque a borda de sua
mão para tir -la, se for o caso, do torpor. A mulher desejosa de
Conipartilhar o prazer fica então encorajada a pagar-lhe na mes-
lua e boa moeda. Se não parecer que a idéia chegou a toc -la,
sugira isso mesmo oferecendo-lhe a mão, gesto que aqui não
significa um pedido oficial de casamento.

111. Os pés. óÉ preciso ser burro como o homem o é tão fre-
quentemente para inventar uma expressão tão burra como esta:
burro como os pésó, escreveu com justeza o poeta Jacques
Prévert. Os pés não são burros. Então, pegue o pé dela... e o seu
mesmol

JÁ falamos sobre a loucura que e massage -los. Você tam-
bém pode beij -los. Proceda do modo como fez com as mãos.
Com muita doçura, para que as mais sensíveis não sejam toma-
das por uma crise de riso próximo à histeria. Siga o arqueado,
beije os artelhos, deslize a língua entre cada dobra, insista na
base, o peito do pé... Divino!

Caricias e outras mordidas

Suas mãos são suaves, ora leves, ora firmes, há beis, lentas ou
ainda r pidas. Elas correm ou demoram-se, roçam, massa-
geiam, amassam, esfregam, fazem cócegas... Posso lhe assegu-
rar que são maravilhosas, competentes, insubstituíveis. Pouco
importa, você pode conden -las à inação a fim de oferecer à
pele, ao corpo inteiro da mulher desejada outras sensações. Di-
ferentes, mas igualmente embriagadoras.
A esse propósito podemos ler no Kama-Sutra: óNada subs-
titui os arranhões e as mordidas para fortalecer o amor.ó Você se

R 7

entregar de bom grado a isso em certas circunstâncias: antes
de uma separação tempor ria, para festejar os reencontros, de-
pois de uma briga ou durante uma selvagem brincadeira amoro-
sa. Sem chegar ao ponto de causar manchas roxas ou marcas de
chupões, os traços assim deixados pela sua pressa amorosa des-
pertarão na mulher vontades raramente atenuadas.

112. Mordidas. Seus lábios carnudos e mornos, sua língua agi-
tada e úmida são irresistíveis. Mas sua boca guarda ainda tantos
tesouros próprios a excitar a mulher! Assim, a dentição carnívo-
ra não tem qualquer motivo para ficar inativa. Nada de morder
como um cao raivoso prestes a arrancar um pedaço de carne! A
questão aqui é unicamente mordiscar. Com exceção do lá bio
superior, do interior da boca e dos olhos, tudo aquilo que você
beija com tanto ardor pode também ser mordiscado. A bunda,
os braços, a barriga, os seios, as mãos, os pés, o sexo... Tudo.
Absolutamente tudo.

113. Arranhões. Nada de lanhar a pele das costas com as
unhas. Não, é preciso uma certa medida, fineza e carinho. Você
pode muito bem começar coçando as costas da companheira; a
maneira de uma leoa, ela gemer de satisfação. Depois deixe as
unhas deslizarem ao longo de seu corpo. Procure conserv -las
cortadas e lixadas, não v ferir ninguém. O Karna-Sutra afirma
que óa mulher sente a paixão despertar dentro de si quando
percebe nas partes secretas do proprio corpo as marcas deixa-
das pelas unhas. A memória se perde à medida que se apagam
essas marcas. E o que acontece com os amantes que fazem amor
muito raramenteó.

114. Mas nada disso exclui a doçura. Ainda em criança eu
ficava maluca com os óbeijos borboletaó: um simples batimento
de cílios em minha face me proporcionava um delicioso estre
mecimento. Na época, minha mãe encarregava-se muito bem

82

dessa mostra de ternura. Alguns anos mais tarde, um de meus
~antes, cUjas mãos eu tinha amarrado atr s das costas, tomado
de uma divina inspiração, teve a idéia de brincar de borboleta
sobre todo o meu corpo. Seus cílios sobre as minhas p lpebras,
o pescoço, os seios, a barriga, as coxas... Ainda sinto uma vibra-
ç o. E quando, depois dessa sessão borboleteante, ele plantava
os seus olhos nos meus, eu conseguia ler neles a cobiça e a pro-
messa de prazeres mais doces. Como resistir àqueles olhos?

115.Seus cabelos. Não é preciso ter cabelos longos para aca-
rici -la adequadamente. De qualquer modo, com o rosto incli-
nado sobre ela, à maneira de um animal ou de um menino tei-
moso, ao mesmo tempo brincalhão e carente de aconchego, você
é irresistível. Parece estar buscando alguma coisa, enfiando-se

nela... Levante a cabeça de tempos em tempos, se o ritmo da
respiração dela ou dos movimentos dos quadris deixar-lhe dú-
vidas quanto ao prazer que ela está ou deveria estar sentindo. E
o seu olhar d uma vontade incontida na gata de tomar-lhe a
cabeça entre as mãos para cobri-la de beijos.
Os homens de cabelos muito curtos podem ficar tranquilos:
ainda assim é muito bom e, salvo exceção, não é nada parecido
com um rosto mal barbeado com todos aqueles pêlos duros...
Mas, por favor, evite passar gel em suas mechas rebeldes!

116. Seu sexo. Antes de penetrar a gruta úmida da mulher no
m ximo da excitação, ela pode muito bem servir a carícias
incomuns, mas extremamente sensuais. Agache-se sobre a mu-
lher deitada, fazendo com o corpo movimentos de vaivém. Seu
membro duro dispensa-o de qualquer outro contato: ele golpeia,
bate e acaricia ao mesmo tempo, de acordo com o seu tesão.
Você pode deixar a piroca agir por si mesma ou gui -la com a
mão. Brinque esfregando a ponta do pau nos mamilos dela, na
cavidade do umbigo, no clitóris, aonde quer que o conduza a
sua inspiração. O pênis fica quente, e as gotas do líquido semi-

83

nal umedecem levemente aquela pele de sensibilidade exacer-
bada por tudo o que você já lhe fez... Ali! Ela já não aguenta
mais!...

117. Nada saberia substituir o contato de sua pele com a dela,
mas você tem todo o direito a variar os prazeres.
Pense nas jóias. O diamante no dedo dela -- aquele mesmo
que você lhe ofereceu, a menos que algum outro tenha chegado
na frente - só quer ser útil. Retire delicadamente o anel e pas-
se-o sobre o corpo nu. A pedra fria vai logo aquecer-se, acarici-
ar e arranhar.
Se não for um diamante, azar! Safira, rubi, esmeralda convi-
rão tranquilamente. Até as pedras não-preciosas, polidas e li-
sas, provocam um contato agrad vel. E, para os arranhões, voce
sempre ter as próprias unhas. No caso de jóias, você pode pre-
feriras pulseiras, OS colares, aquele mesmo que ela costuma tra-
zer ao pescoço, nos punhos ou no tornozelo.
Evidentemente, se a pobrezinha não possui correntes, salvo
aquela que a liga a você, não v por isso servir-se da que está
agora trancando a sua moto. Estamos no capítulo das carícias,
não das surras.

84

Coisas de
língua

A sucção da vulva é cientificamente chamada de cunilíngua,
do latim científico cunnilíngus (e até mesmo cunnilinctw,
para os puristas), mas o termo não é dos mais poéticos. Que os
latinistas me perdoem se vamos usar aqui uma palavra mais
chula, ou seja, a cunilíngua. De qualquer modo, você pode es-
colher uma denominação toda pessoal: lambe-lambe, suga-
suga, chupa-manga, lábios- contra-lábios... ora, há um monte de
expressões! Pode ser ainda um código entre vocês, uma senha,
um abre-te sésamo precioso para encontrar a chave da porta de
jade ou da gruta de coral.
Não nos enganemos quanto a isso, o essencial não é certa-
mente o nome que você d a essa técnica, mas o ato em si mes-
mo e a maneira como o realiza.
Diz o boato que muitos homens experimentam alguma apre-
ensão. Por medo, pudor e até, embora mais raramente, por pura
e simples falta de vontade. É verdade que, mais ainda que a
penetração, a chamada cunilíngua e uma incursão naquilo que
sua parceira tem de mais íntimo. Uma exploração direta que se
faz com a ajuda das mãos, dos lábios, da língua, do nariz, dos
dedos...
Em geral, a mulher é gulosa disso. Gosta de oferecer-se as-
sim a você, entregando-lhe sem rodeios e sem falso pudor o que
possui de mais secreto.
Mais tarde você penetrar essa vagina que devorou com os
bebeu.

olhos e a língua, que cheirou respirou am eu, exp orou


Acho que o meu leitor está corando, pigarreando, algo inco-
modado... Nada de pânico! Só porque a cunilíngua sugere uma
certa intimidade (e até mesmo uma intimidade certa), isso não o
obriga a pratic -la logo na primeira vez. Mas não renuncie à
oportunidade. Você é capaz de imaginar a mulher tão desejada
recusando-se à felação sob algum pretexto falacioso? HÁ nesses
jogos bucais uma vontade real de proporcionar ao outro um pra-
zer que lhe é próprio... e do qual o amigo não se acha excluído,


ja que voce e o seu proprio revelador.
Agora, sim, pode se considerar excitado e morrendo de im-
paciencia. Calma! A cunilíngua é uma arte onde sempre se
aconselha um procedimento inicial de pequenos toques.

118. Afaste lentamente as coxas e beije o interior delas, su-
bindo até o monte de pentelhos. Que doçura! Não v com tanta
pressa ao clitóris, tenha calma, aspire...
E sobretudo olhe. Faça um reconhecimento. Não se trata de
examinar, mas de descobrir.. e admirar. Lembremos aos distraí-
dos ou aos míopes que não existem dois órgãos sexuais femini-
nos iguais. Esse que você tem diante dos olhos merece muito
mais que uma simples olhadela. Evite, por exemplo, as compa-
rações duvidosas... Seria uma absoluta falta de tato.

119. Comece a acariciar suavemente, com o nariz, os lábios,
de baixo para cima e de cima para baixo, pouco insistindo sobre o
clitóris, que, por sinal, deve inicialmente evitar atacar de frente.
Deixe os dedos correrem ao longo dos lábios vaginais, sinta
a textura deles; afaste-os e recue você mesmo um pouco para
admirar esse sexo cada vez mais aberto, cada vez mais ofertado.
Lamba a boceta, assim abandonada à sua perícia amorosa,
com a língua toda, com um pouco de saliva: o seu calor provoca
uma sensação inteiramente deliciosa.

88

120. O sexo assim umedecido por seus cuidados atenciosos JÁ
é um sinal de que pode ocupar-se mais de perto com o clitóris.
Dê inicialmente pequenos toques com a língua, depois com
mais demora e força. Especialize-se: brinque com o clitóris, co-
brindo e descobrindo a glande, ao mesmo tempo que a beija,
lambe, roça... com delicadeza! Pegue-a entre os lábios como que
para aspir -la, sempre trabalhando com a língua.

121. Enquanto isso, a mulher se remexe, sente o corpo curvar-
se para tr s, suspira5 geme, ondeia os quadris, indicando que
você está cumprindo sua tarefa com uma habilidade e uma sen-
sibilidade que ela aprecia. Sentindo aproximar-se o orgasmo,
ela se retém, se contrai... Respeite esse desejo, prolongue o ins-
tante. Deixe o clitóris, concentre-se sobre os lábios vaginais,

beije e lamba a entrada da vagina. Ouse introduzir-se com a
ponta da língua. Volte em seguida ao clitóris... e, quando lhe
parecer melhor, faça a investida.

122. Os espasmos que a partir daí sacodem e distendem a mu-
lher maravilhada não o autorizam a interromper logo suas carí-
cias bucais. Claro que não! Durante alguns segundos ainda, sua
boca deve continuar trabalhando, pronta para receber os fluidos
que correm. Deliciosa beberagem, elixir enfeitiçante, você bebe
a mulher, embriaga-se com o seu filtro de amor, enquanto ela
mesma desfalece, enlanguescida e entregue, satisfeita e feliz.

Vaiiaes

A cunilíngua está classificada na categoria das carícias orais e
bucais, mas isso não o proíbe de usar as mãos.
mais divino ainda.

89

Elas o tornarão

123. Aonde vai sua língua, suas mãos e dedos irão também.
Você pode perfeitamente iniciar pelas carícias manuais, o sexo
inteiro da feiticeira quase na palma de sua mão, com a qual deve
esfreg -lo um pouco... para aquecê-lo, por exemplo. Controle o
excesso de aplicação para não causar queimaduras muito desa-
grad veis que darão a insatisfeita vontade de sufoc -lo na hora
entre as coxas.

124. -Afaste os lábios vaginais com os polegares, deixe o indi-
cador (ou o dedo médio, ou os dois) ocupar-se com o clItóris,
que ele vai massagear levemente, depois de forma mais insis-
tente. Essa carícia já é por si mesma capaz de provocar o orgas-
mo. Perfeito, ainda que neste caso já não se esteja falando de
cunilíngua, mas de dedilhado, digitação ou qualquer outro
nome que lhe venha à cabeça. O importante é o prazer compar-
tilhado.

125

uza um ou v rios edos na vagina úmida. Você
pode molh -los antes chupando-os, enquanto dirige à parceira
olhares cada vez mais excitantes. Pode também oferecer-lhe os
dedos para que ela mesma os chupe... É prazeroso ao extremo!
Demore-se na vagina, em vaivém, fazendo pequenos movi-
mentos circulares, depois lamba os próprios dedos lambuzados
com suas saborosas secreções, sem nunca deixar de encar -la.
Ou faça-os correr (os dedos, não os olhos) sobre a pele dela
estremecida, subindo até a boca, e ofereça-lhe os dedos assim
perfumados a fim de que ela mesma se regale com esse licor
afrodisíaco.

126. Mesmo que a sua boca não consiga mais livrar-se desse
sexo embriagador, não deixe as mãos paradas. Acaricie-lhe a
barriga, massageie-lhe os seios, siga a linha dos quadris, passe
os dedos sobre os lábios, convide-a a mordisc -los.

90

127. Para uma excitação maior, comece a trabalhar o seu sexo
através da roupa. Amarrote o tecido para sentir o calor da
boceta, esfregue, massageie... e tire as peças íntimas antes que
fiquem completamente molhadas!
Pode deix -la de calcinha, a menos que seja de algodão es-
pesso. Brinque com ela e, depois, aja exatamente como se a
peça íntima não estivesse lá . Beije, mordisque: certos panos são
de um contato divino. A seda acar,cia5 a renda faz cócegas. Você
pode inclusive introduzir os dedos na vagina com a calcinha
funcionando como um capuz.


128. Não fique eternamente aí, encurralado entre o clitóris e a
vagina. Ela já percebeu que você é ótimo nisso; mostre-se um
pouco mais audacioso. Deslize até o períneo, massageie-o com
a língua e, indo em frente, aproxime-se do ânus, em torno do
qual você desenhar círculos, como se quisesse forçar, cheio
de gentileza, essa entrada secreta. Esteja atento às reações da
parceira. Se receber um golpe seco na testa, é que ela não
aprecia isso.

129. Varle os prazeres. Não se obstine sobre a boceta com uma
teimosia que poderia dar a impressão de pressa. Não, deixe-a
um pouco de lado e aproveite para beijar a garota. Sua boca re-
pleta do odor dela mesma lhe proporcionar um prazer inesque-
cível. Suas idas e vindas entre os lábios dela farão certamente
com que ela perca a cabeça.

130. Use um vibrador elétrico para colocar-lhe o sexo em
fogo... e em gua! Passe a ponta do aparelho sobre o monte de
Vênus, faça-o correr ao longo dos lábios vaginais, detenha-se
no clitóris, volte a descer até a vagina. Penetre para umedecer e
torne a procurar o clitóris. Não esqueça o períneo, que responde
à menor vibração, e aproxime-se do ânus. Ou se contente em


passar o vibrador elétrico ao longo do rego da bunda, insistindo
sobre o sacro, até acima do cóccix, que você sente no nascimen-
to das n degas... Ela vai curvar-se para tr s e dar pinotes.

131. Para incrementar a pr tica ou, sejamos mais justas, esse
ato de amor, todas as fantasias são possíveis. Passe uma pedra
de gelo sobre o sexo dela, insistindo na glande do clitóris, que
se enrijece automaticamente. Sua boca vida e gulosa logo o
reaquecer .

Posições

Se a cama for grande, os dois estarão deitados nela. A mulher de
costas e você de bruços, de modo a ter a cabeça exatamente à
altura do sexo dela. Ela pode estar com as pernas esticadas ou
encolhidas, o que permite uma abertura melhor. Se a cama for
pequena, fique do lado de fora, de joelhos...

132. Erga-lhe a bacia. Se ela estiver impaciente e vida, mas
preguiçosa, ponha-lhe almofadas debaixo da bunda. Ou ainda,
para um prazer maior, mantenha-a você mesmo nessa posição,
aproveitando o momento para massagear a carne macia daque-
las belas n degas.

133. Mude outra vez! Estenda-se sobre as costas e peça à mu-
lher que se agache acima de você, o sexo dela na frente do rosto.
Ela oferece-lhe assim uma visão total do seu estojo de jóias e
assegura completa liberdade para mexer-se à vontade, ora pon-
do a boceta inteirinha em sua boca, quase o esmagando, ora se
erguendo como para furtar-se à embriaguez das suas lambidas.

VII

134. Não se contente com a cama. Confortavelmente sentada
numa poltrona, afaste-lhe as coxas (sempre com a maior delica-
deza) e coloque cada uma das pernas nos braços do móvel. Você
está de joelhos, aos seus pés, a boca exatamente à altura do
púbis, prestes a perder-se naquele bosque acolhedor. Irresis-
tível. Para ela e para voce.
Se possui uma cadeira de balanço, este é o momento de ser-
vir-se dela. O vaivém da b scula provoca delirantes mudanças
de ritmo e de sensações.

135. Você pode sent -la não importa onde, desde que ambos
aí encontrem um certo conforto e... uma excitação suplementar
- assim, sobre uma mesa ou sobre a lareira. Na primeira, ela
poder deitar-se; na segunda, o contato do m rmore frio com a
bunda pode fazê-la tremer de frio, mas você se apressar a tor-
nar o seu sexo tão ardente quanto um braseiro.

136. A cunilíngua surpresa é, como tudo aquilo que ela espe-
ra sem ousar acreditar, um momento excepcional. Quando esti-
verem jantando a sós, olhos nos olhos, você desaparecer não
na cozinha, mas debaixo da mesa, onde começar a bater um
papo com aquela região escura entre as pernas dela.
Você pode tentar a experiência em lugares públicos, mas, se
não é proibido sonhar, tampouco o amigo é obrigado a delirar. JÁ
imaginou a cara dos amigos quando o virem sumindo debaixo
da mesa? E a do garçom do restaurante? Se você não for um
recordista da cunilíngua ajato, vai ser difícil convencer alguém
de que se abaixou so para apanhar um garfo no chão.
Em contrapartida, durante uma conversa a dois no aparta-
mento, aproveite os prazeres que a mesa lhe oferece. Um
pouquinho de musse de chocolate no clitóris dela já perfuma-
do... ou geléia de framboesa, uma gotinha de mel... enfim, bole
essas coisas de acordo com o card pio, o gosto de cada qual ou

92

a inspiração do momento.

93

Pense em algumas gotas de bebida alcoólica, vinho ou cham-
panhe. Para degustar à temperatura ambiente.

137. Para um despertar suave, relaxante e úmido, você pode
passar uma das mãos em seus cabelos e a outra sobre o sexo
dela. Deslize do calor das cobertas e lamba aquela boceta doce
e repousada. Enfim, um acordar agrad vel! Unico risco: não
conseguir mais sair da cama.

138. A cada qual seu prazer e seus prazeres. Compartilhe por-
tanto os seus. Cabeça de um para os pés do outro a fim de fazer
o famoso 69. Vocês dão e recebem ao mesmo tempo: precisa
dizer que o prazer redobra?
Para serem bem-sucedidos nessa óespecialidadeó, podem
ficar deitados: ela embaixo, você em cima. Ou o contr rio, se
quiserem. E nada os impede, num transporte de prazer, de in-
verter essa ordem até sem se darem conta disso.
Para mais conforto ainda, ousaria recomendar-lhes que fi-
cassem de lado, a cabeça de um repousando na coxa do outro.
Enquanto você entreabre-lhe os lábios vaginais, ela põe sua
piroca na boca; você descobre-lhe a glande, ela suga a sua; você
introduz a língua na vagina dela, ela aspira a sua vara
inteirinha... Devem mexer-se juntos, gemer ao mesmo tempo, o
ritmo das carícias crescendo sem parar.. O duo dos seus dois
prazeres em perfeita harmonia constitui sem qualquer dúvida
um dos pices do jogo amoroso.
O marquês de Sade, cuja perícia não se pode questionar,
escrevia: óO gozo da boca é infinitainente mais agrad vel, tanto
para o homem quanto para a mulher. A melhor maneira de
experinient -lo é fazendo com que a mulher se deite ao contr -
rio sobre o corpo do amante: ele põe o pênis em sua boca, e, sua
cabeça colocando-se entre as coxas dela, ele devolve a gentile-
za, introduzindo-lhe toda a sua língua...ó Depois de uma refe-
rência liter ria desse peso, o que está esperando?

94

Em todas
as posições

Oêxito da penetração depende por uma boa parte de sua lia-
bilidade - que você mesmo pode desenvolver -, mas
também da sua anatomia, e neste domínio não há como fazer
grande coisa. Se devemos acreditar nos indianos, óde acordo
com as características e as dimensões cio pênis, o homem é le-
bre, touro ou cavalo. Do mesmo modo, a mulher é antílope, égua
ou elefante, segundo a profundidade de sua vagina... Para um
prazer equilibrado, é preferível que os parceiros tenham medi-
das sexuais correspondentesó. Deixo à sua imaginação o cuida-
do de tirar as conclusões quanto ao acasalamento entre um ho-
mem cavalo e uma mulher antílope...
Chega de brincadeiras que a coisa e seria!
Depois de tantas preliminares gostosas como o quê, é che-
gado o tempo daquilo que alguns chamariam de o prato de re-
sistência. A introdução do membro túrgido na vagina úmida. É
a passagem obrigatória, pelo menos a parte mais natural e ins-
tintiva do ato de amor. Por sinal, muitos homens acham que tudo
se limita a isso.
Mas quem diz natural não diz automaticamente f cil e sem
esforço. Muito pelo contr rio! Como tornar inesquecível, única,
maravilhosa e delirante a cópula - um ato em si mesmo de unia
banalidade evidente? Sua imaginação e sua fantasia já foram
severamente colocadas à prova durante as preliminares, este
não é o momento de fraquejar e dormir sobre os próprios louros.

97

Então quer dizer que você, à força de refinamentos, de aten-
ções e delicadeza, teria deixado a companheira louca de desejo,
teria conduzido a bichinha às portas do êxtase, para no fim,
como um desajeitado, ficar por isso mesmo? Impossível!
HÁ multas maneiras de apoderar-se dela. E mesmo de sur-
preendê-la.

Esse bom velho missionano

óAinda que sejas filha de um sultão, acabar s por te encon-
trar abaixo de um homemó, afirma um provérbio rabe.
Mulher embaixo, homem em cima, a posição do mission rio
é a mais conhecida de todas. Ela foi designada assim pelos abo-
rígines da Polinésia, que tinham o há bito de fazer o amor aco-
corados. Daí a surpresa e a hilaridade que lhes provocava o mé-
todo empregado pelos mission rios ocidentais.
Com o tempo a ironia desapareceu, mas a posição goza, sem
trocadilho, de m reputação. Muitos a consideram tediosa, con-
vencional, repetitiva e carente de fantasia. JÁ se chegou a acus -
Ia de sexista e até mesmo de completamente machista!
Erro grosseiro! A posição do mission rio apresenta inclusive
muitas vantagens. Pretende-se que ela teria sido imposta ao lon-
go dos séculos pelas mulheres preocupadas em saber com quem
estavam transando. Não exageremos nada, ainda que certamente
ela possa parecer tranquilizadora a alguns(mas) por permitir os
olhares, os abraços, os beijos... Sem contar que favorece uma boa
penetração, torna o contato das barrigas inteiramente agrad vel e
permite todas as formas de variações para renov -la.
Nenhuma contra-indicação portanto, a menos que você se
ache muito gordo, correndo o risco de sufocar a parceira e le-
vando-a não a suspirar, mas a expirar..

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139. Comece esfregando a piroca impaciente contra a sua
boceta fremente. Pegue-a depois com uma das mãos e faça-a
circular em volta do sexo dela. Ou, ainda melhor, confie-a às
niãos experientes da encantadora criatura que só está esperan-
do isso mesmo!

140. Penetre com delicadeza, depois comece a ir e vir com um
ritmado balanço dos quadris. A parceira vai encoraj -lo me-
neando a bacia.

141. Varie o compasso. Acelere as investidas da piroca, em
seguida se afaste para que a glande se coloque exatamente à
entrada da vagina. Faça pequenos movimentos circulares e pe-
netre então com rapidez e energia. Os indianos chamam isso de
a tempestade. Realmente devastador!

142. Para favorecer o alongamento da vagina e uma penetra-

ção mais profunda, peça à companheira que dobre as pernas ou,
se possível, que as erga a fim de enganch -lo pela cintura como
que para guiar os seus movimentos. Ela vai adorar ter uma par-
ticipação desse nível, sentindo o escroto inchado chocando-se
contra o próprio sexo.
Se a garota tiver uma boa flexibilidade, dobre-lhe os joelhos
até o peito para que ela possa colocar as pernas sobre os seus
ombros. A penetração torna-se cada vez mais profunda, permi-
tindo inclusive uma pressão maior sobre o clitóris e sobre os
lábios vaginais que a far gemer.

143. O fato de concentrar-se sobre os movimentos da piroca e
as dilatações-contrações da vagina não deve de modo algum
fazê~lo esquecer do restante. Todo o restante. Os beijos em sua
boca, as lambidas em seu pescoço, as mordidas cuidadosas em
seus seios. E todas aquelas palavrinhas murmuradas ao Ouvido,

99

confessando-lhe o belo efeito que ela está lhe causando, o pra-
zer que você está doido para propiciar-lhe.
Saiba marear os tempos de pausa a fim de retomar o fólego,
de repousar os braços e administrar os seus efeitos. Deite-se
sobre ela, os dois troncos unidos, a cabeça mergulhada no pes-
coço dela. Continue se mexendo, mas com lentidão. Os dois cor-
pos se roçando vão deix -la maluca.

144. Peça-lhe agora que estique as pernas apertadas uma con-
tra a outra e faça a mesma coisa. Mexa-se lentamente e, se pos-
sível, junto com ela. A penetração não é total, mas seus pen-
telhos coçam-lhe agradavelmente o cIlitóris... Você sobre ela e
dentro dela, a tal ponto que seria impossível passar um papel de
seda entre os dois corpos unidos e úmidos.
Aproveite a posição para pegar-lhe a cabeça entre as mãos,
niassagear-lhe ternamente o couro cabeludo, fazer-lhe beber
sua saliva. Enfim, todo esse mundo de atenções que já não lhe
deixariam qualquer dúvida quanto ao homem que ela tem dian-
te de si: não, voce não é um horrível machista, mas um amante
digno desse nome.

145. Chegados ao paroxismo do desejo, ambos se sentem à
beira do desfalecimento. Tente dernorar-se um pouco mais, ofé-
recendo-lhe assim alguns orgasmos de aquecimento. Isso não a
impedir de gozar com você, o seu esperma misturando-se aos
líquidos dela que se derramam.

146. A posição do mission rio oferece outras possibilidades...
não e essa sua menor vantagem. No momento em que se sentir à
beira da explosão, retire-se e ei . acule sobre a pele dela. Acari-
cie-a corn as mãos molhadas do seu próprio licor quente. Ofere-
ça-lhe os dedos para laniber. Irresistível!
No cúmulo da excitação, a tigresa pode por si mesma encar-
regar-se de lambuzar-se com O seu esperma e até lambuzar-lhe
o tronco ou o rosto a fim de lamber em seguida.

100

147.Variação do item anterior, depois de se ter excitado entre
os lábios vaginais, você se retira e leva o próprio sexo aos lábios
de cima da bem-amada para que ela óacabeó. Com a piroca in-
teira na boca, ela acaricia e massageia-lhe o saco. Você é quase
vencido pelo tesão, enquanto ela se regala com essa inesperada
e divina bebida.
De qualquer modo, diga sempre à parceira o que pretende
fazen Ela tem o direito de preferir que você goze dentro dela.
Mas, se souber usar argumentos bem fundados, ela não se recu-
sar a contribuir para que você tenha sensações bem quentes,
quentes, quentes!

148. Nem todo mundo consegue (nem se trata de algo reservado

à posição do mission rio), mas você pode proporcionar-lhe um
prazer inteiramente particular urinando durante a penetração.
Não há receitas, mas tente. O calor que a invade arranca-lhe
gritos de contentamento que você não está acostumado a ouvir e
que serão difíceis de esquecer. Ali s, nem ela. Mas ainda neste
caso é necess rio obter o consentimento da companheira.

Em sela!

Não é desagrad vel oferecermos de vez em quando a nós mes-
mos uni ponto de vista diferente sobre as coisas, sobre as pes-
soas em geral e sobre a sua bela parceira em particular.
Se a idéia não Ilie vier espontaneamente ao espírito, convi-
de-a a mont -lo e iniciar uma bela cavalgada. A Igreja não o
esperou para imaginar essa posiçao perversa; ja desde a Idade
Média alertava contra a mulier supra hominem [mulher sobre o
homem]. Tornando-se a dona do jogo, ela pode impor seu ritmo,
ter a vauma mais aberta e deixar-lhe as mãos inteiramente li-
vres para que você faça o que beni entender.

101
As tímidas podem temer essa posiçao que as oferece intei-
rinhas ao olhar do parceiro. Tranquillze-as fechando os olhos...
pelo menos na primeira vez. E guarde num cantinho da memó-
ria as palavras do Kama-Sutra: 'Tor mais reservada que seja
uma mulher a respeito de suas inclinações e sentimentos, quan-
do ela cavalga um homem desvela sempre sua natureza íntima e
seus desejos profundos.ó
Sem nunca esquecer que o fato de achar-se embaixo não
significa que deva assumir uma postura totalmente passiva.

149. Deite-se sobre as costas, pernas juntas e convide a bela
a apoiar-se sobre os joelhos, o sexo dela exatamente acima do
seu membro altivamente firme e duro. Com a mão, brinque com
a glande deslizando-a ao longo da fenda úmida ali à frente. In-
troduza a cabecinha, mas tire-a logo.

150. Deixe agora que a tigresa faça como bem entender e sir-
va-se das mãos para acarici -la. Agarre-lhe os peitos, amasse-
os, esmague-os, massageie-os, role os mamilos entre os dedos.
Jogando com a cintura, levante cabeça para beij -los, nior
disc -los, lambê-los.

151. Aproveite os instantes em que ela ainda parece suspensa
para agarrar-lhe a bunda com as duas inaos. passando um ou
mais dedos pelo rego... Ela estremece de rontentamento e você
vai à loucura.

152. Sem lhe lirar os olhos, lamba voluptuosamente um ou v -
1 1 aj
rios dedos e toque-lhe, o clitóris. Você também pode encor ' -la
a masturbar-se. Guie a mão dela até os selos para começar, de-
pois sobre a barriga e enfim sobre o sexo. Deixe-a então tomar
conta disso, olhe, incentive-a coni unia palavra, coni uni som
rouco, com um gemido... e se acaricie também para que ela veja
até que ponto o excita.

102

153. Enquanto ela o cavalga como uma amazona, como um
born cavalo que você é saiba dar alguns pinotes- Erga ligeira-
niente a bacia, faça movimentos circulares. A·nda um esforço:
apoiando-se sobre os ombros e os pes, erga um pouco mais alto
a bacia, suficientemente, em todo caso, para que a bela se sinta
subitamente em equilíbrio. Conserve essa posiçao o mais que
puder. Quando afrouxar, ela cai e fica montada em você... Só Deus
sabe se ela poder voltar a erguer-se depois de um tal golpe.

154. Ei-la novamente dando-lhe as costas. Não veja nisso ne-
nhum sinal de cansaço. Certamente ela já não o contempla à
beira do êxtase, mas experimenta novas sensações. Aproveite
portanto a visão clara que se oferece a voce para ocupar-se mais

detidamente com aquela garupa e o risco nascente de suas n -
degas. Segure-lhe a cintura, os quadris, fazendo-a mexer-se: lí-
geiros movimentos de alto para baixo, da direita para a esquer-
da, da frente para tr s, e ainda movimentos circulares. Mexa os
seus próprios quadris no mesmo ritmo.

155. Massageie-lhe as costas, a nuca, os ombros. Afague e
passe as mãos para a frente, em carícias óàs cegasó, superex-
citantes. Os seios, a barriga, o clitóris... A bela, por sua vez,
toma-lhe o escroto nas mãos, amassando-o com todo o cuidado
necess rio ao seu prazer.. Sempre visando decuplicar o dela,
nada mais tentador que estimular-lhe o clitórIs com o vibrador
elétrico.

Vamos virar!

Nada de pânico! E tranquilize imediatamente as excessivamen-
te pudicas ou as que têm o espírito malformado: você não vai

103

li

sodorniz -las, pelo menos não de uma hora para a outra, mas
oferecer-lhes uma experiência sensacional.
Evidentemente, numa tal posição não há como se encara-
rem ou se trocarem olhares fervorosos. Mas esse ligeiro incon-
vemente é largamente compensado por prazeres que vocês fa-
riam mal recusando.
A mulher pode igualmente deplorar o fato de sentir-se tra-
vada em seu desejo de acarici -lo. Em contrapartida, ei-la par-
ticularmente bem colocada para receber os seus toques e mas-
sagens de todo tipo. E beneficiar-se de uma penetração quase
ideal. Tão profunda que ela vai querer mais.

156. Para uma primeira aproximação, deite-a de barriga para
baixo e extasie-se diante de suas costas, a caída dos rins, a cur-
vatura... Manifeste sua admiração com as palavras e os gestos
convenientes.

. Peça- he que se ponha de quatro. Enquanto a penetra,
seus proprios pentelhos roçam e afagant agradavelmente a bun-
da da coi-ripaiffieira. \ocê tem toda a latitude necess ria para
acariciar-lhe os seios (permito-nie avisar aos que ignoram e
lembrar aos distraídos: os mamilos pendentes são ainda mais
sensi \leis ao contato dos dedos, aproveite). E não se esqueça do
clitóris1 Você poderia priv -la de tini gozo duplo, expondo-se
assini a repres lias.

158. Se repugna à bela pudica colocar-se em postura -ani-
maló, deite-se de lado. Para que seja mais f cil e confort vel
para os dois, sobreleve suas ancas com a ajuda de uma ou duas
almofadas: a penetração se torna ainda melhor e você conserva
o contato com as partes gertitais dela.

159. A penetração vaginal por tr s oferece numerosas possi-
bilidades de posições diferentes. Apr~ite.

104

Em caso de urgência, no escritório, por exemplo, basta ape-
nas que ela lhe volte as costas e apoie-se na mesa de trabalho;
quer seja o estilo de Napoleão 111 ou o de Philippe Starck não
tern realmente qualquer importância. O mesmo vale para a co-
zinha: pouco importa que a mesa seja de fórmica ou de pinho
100% natural. Não, o essencial acha-se em outro lugar. No fre-
nesi com que você abre a braguilha e levanta-lhe a saia, no rit-
rmo dos seus quadris, no ardor da sua penetração... Pois imagine
voce, eu estou desmaiando!
Aviso, porém, aos menos inspirados que a mulher pode tam-
bém apoiar-se em outros móveis: costas das cadeiras ou de pol-
tronas, cómodas, lareiras, estantes de livros... Sem falar, num

outro registro, de sacadas e balaustradas, na pia do banheiro...
Em suma, tudo depende do lugar onde se encontrem quando o
desejo e a excitação atingirem o porito chamado de ósem retor-
noó, ocasião em que mais nada pode ser adiado.

Tandem

Ficarem um ao lado do outro não é o í(leal eni matéria de pene-
tração, mas repousa e oferece diversas variações possíveis e até
mesmo desej veis, se não indispens veis. Preciso dizer que a
rotina mata o amor aos pouquinhos?
Essas posições, mais suaves em relação a tudo o que sugeri'
antes, são ideais para os afagos trocados pela manhã ou quais-
quer outros, não importa a hora: depois ela sesta, em pleria noite...

160. Todos os dois em posição letal, ela à frente - as mulhe-
res primeiro -, você atr s, corno que encaixados uni tio outro, o
que lhe permite beij -la ternamente no pescoço e acariciar-lbe
à vontade os seios e o sexo, enquanto ela ficar maluca ao sentir

sua barriga contra a cintura, ao mesmo tempo que comprova o
enrijecimento do seu membro.
Você pode igualmente excit -la manipulando a vara e fazen-
do-a deslizar ao longo do rego da bunda. JÁ uma outra posição
- uma das pernas dela por cima da sua a fim de obter uma
penetração mais satisfatória - é particularmente recomendada
se sua companheira estiver gr vida. De você... ou de um outro!

161. Uma posição intermedi ria que combina algumas vanta-
gens é a da tesoura. A diabinha está deitada de costas, coxas
abertas, e você, meu amigo, de lado. Você vai penetr -la pas-
sando por baixo da coxa que se acha contra a sua, enquanto a
outra, dela, encontra-se dobrada e, com um pouco de sorte, es-
correga entre os seus joelhos. Isso pode parecer um pouco com-
plicado, explicado assim no papel, mas na cama revela-se mais
simples. Essa posição permite-lhe cuidar minuciosamente do
prazer de sua parceira. Da boca ao clitóris, passando pelos seios
e o umbigo, nada deve escapar as suas inaos experientes.

162. Deite-se agora de lado, de frente para ela. Comecem por se
esfregarem com beijos apaixonados. A mulher acolhe-o entre as
coxas ou você a prende entre as suas. No primeiro caso, você
ter todas as condições para acariciar-lhe a bunda; e, no segun-
do, ela se deliciar com os golpes do seu saco contra o sexo dela.
Essa postura é chamada de óà preguiçosaó. Não existe ne-
nhuma vergonha em adot -la, mas não esqueça de tirar os chi-
nelos. Quem foi que disse que os prazeres obtidos sem esforço
eram menos bons que quaisquer outros? Pura maledicência!


Sentado ou de pé?

O atleta que dorrne em você sonha sem dúvida com outras acro-
bacias que não se praticam necessariamente em posição hor,_
Zontal. Por que não? Muitas mulheres ficam loucas com essas
experiências novas. Desde que tal coisa, meu amigo, não seja
confundida com um treinamento numa academia de gin stica.

163. Se sua parceira é baixa e miúda, encoste-a numa parede
e passe as mãos sob a sua bunda para lhe dar um melhor apoio.

Ela então enrola as pernas em volta da sua cintura, que voce
poder mexer à vontade. Ela vai adorar sentir-se penetrada pela
sua vigorosa piroca e não se queixar de achar-se tolhida em seus
movimentos. Você pode satisfazê-la ainda mais cobrindo-a de

beijos. Ideal para as trocas de afagos pela manhã (ou nas despedi-
das) na entrada do apartamento. Tais rapidinhas fazem sonhar.

IAA. Você também Pode tom -la, sentada, face a face. Coxas
li-z
afastadas, as dela sobre as suas, os lábios de ambos se tocam, os
troncos se apertam, os mamilos esfregam-se, os sexos se aque-
cemA tensão sobe e você a penetra, massageando-lhe alter-
nadamente os seios, a bunda, a nuca.
Ela pode então dobrar as pernas, erguer-se sobre os joelhos
e vir fincar-se na sua estaca. A cavalgada fant stica não está
longe, e você fica à vontade para passar as mãos por todo o seu
corpo. Nada de bancar o tímido logo agora...

165. Claro que você pode se sentar na cama... Não há entre-

tanto nenhuma obrigação de ficar aí. Esse joguinho é o diabo
numa banheira, por exemplo, ou sobre uma cadeira.
Ele pode revelar-se ainda mais excitante em outros lugares.
Imagine um passeio bucólico num jardim público. O tempo de

107

uma pausa, voces param para sentar-se num banco. A mulher
sobre os seus joelhos, enquanto a saia rodada e ampla não --.A.lá
adivinhar o que está acontecendo por baixo: a braguilha que se
abre, a piroca dura que surge dali para mergulhar naquela moi -
ta ardente... Aos olhos dos transeuntes que os observam enter-
necidos, vocês não passam de ónamorados trocando alguns
beifinhos em bancos públicosó. Ah! Se soubessem...

Na estrada de Sodoma

Vamos agora à parte mais delicada entre todas.

Num desses últimos dias, uma amiga disse-me categorica-
mente: óO primeiro que tentar me pegar por tr s vai levar um
bom empurrão e uma bofetada! Eu acho isso asqueroso. Que
falta de respeito!ó Confesso sem corar que não compartilho essa
sua reserva e, para mim, deixar-me sodomizar é um prazer sem

igual.
Não sou contudo o que se poderia chamar de uma viciosa.
Acho que o qualificativo ócuriosaó estaria mais bem emprega-
do. E depois tive a sorte de ser iniciada nessa pr tica por um
amante maravilhoso, doce, paciente e respeitoso: um cara fora
de série.
E claro que não parece prudente tentar sodomizar uma mu-
lher já no primeiro encontro. Um pouco de modos, bolas! E de
controle! Nós não somos animais! A penetração anal necessita
de intimidade e de absoluta confiança quanto à nobreza de suas
intenções.
O ânus é uma zona erógena pouco comum, mal conhecida,
para não dizer inteiramente tabu.
Essa aproximação deve ser feita (muito) progressivamente e
sem qualquer violência, do contr rio o fracasso é coisa certa,

108

além da certeza de que não haver a possibilidade de recon-
quista. Saiba esperar o tempo adequado. E coloque bem na ca-
beça que isso pode levar v rios dias, v rias semanas e até mes-
rflo varios meses. Mas é um paraíso que vale bem o seu preço!

166. Comece portanto por uma aproximação ódigitaló. Com
minuciosa delicadeza, aprecie a textura do orifício anal, que
deve acariciar fazendo movimentos circulares. Umedeça o dedo
com saliva para variar as sensações e, muito suavemente, che-
gue mais perto da meta.
Quando da famosa cunilíngua, você ter tido o cuidado de
passar a língua sobre essa zona tão sensível, lambendo primeiro
de modo suave e prolongado, depois mais r pido, em pequenas

Iinguadas úmidas.
167. Você pode em seguida passar a outra etapa, ousando for-
çar (mas delicadamente, claro) apenas a ponta da língua ou do
dedo. Inicie um ligeiro movimento de vaivém, sem qualquer
vontade de penetração muito prematura. Não, trata-se antes de
flexibilizar, de amolecer.. para poder ir mais adiante e enfiar o

dedo, cada vez mais profundo. E sem dor.
Isso se tornar mais f cil, se você tiver autorizado e até mes-

mo encorajado a namorada curiosa a pagar-lhe na mesma doce
moeda. O famoso 69 oferece, a esse respeito, uma maravilhosa
ocasião de se descobrirem e compartilharem uma intimidade

sem igual.

168. Chegado a este está gio mais do que encorajador, tente a
penetração propriamente dita. A mulher de quatro, você de joe-

lhos, a garupa dela à altura do pênis. Acaricie-lhe a bunda, afas-
te bem as n degas para uma penetração melhor.
Brinque com a glande úmida à entrada do eu e Introduza em

seguida o membro viril guiando-o com a mão. Muito, muito sua-
vemente, a fim de não ferir a garota que está lhe ofertando o que

109

ela tem de mais secreto. Você pode facilitar a penetração e, se
for o caso, torn -la menos dolorosa, lubrificando o ânus com
vaselina... a menos que, como Marlon Brando em O último
tango em París, prefira a manteiga. Não v gastar a barra intei-
ra. Guarde um pouco para os bolinhos do café da manhã.

169. Mais seriamente, haja ou não orgasmo, você ter o cuida-
do de não introduzir a piroca na vagina de sua companheira
depois de uma penetração anal. Simples mas fundamental ques-
tão de higiene. Antes de qualquer outra brincadeira, deve tomar
um senhor banho.

170. Quando, depois de ter vencido medos e resistências,
afrontado o proibido, tiver enfim descoberto esses novos hori-
zontes, não hesite em ir mais adiante na exploração desses pra-
zeres inauditos. Mude de posição!
Depois de um ómission rioó prometedor, passe as pernas dela
sobre os seus ombros, acaricie-lhe as coxas, lamba-lhe os pés
para dar-lhe mais apetite ainda. Suas pernas estão afastadas, a
almofada erguida; você se retira delicadamente e faz deslizar o
membro, lubrificado pelas secreções vaginais, até o ânus. Proi-
bição absoluta, desde então, de voltar a introduzir na vagina!

171. Sente-se confortavelmente e peça à bela no cúmulo da
excitação que escale o seu joelho, ficando de costas para você.
Faça-a inclinar ligeiramente o busto, pegue-lhe os seios, depois
a cintura, e introduza-lhe a piroca no ânus. Com suavidade. Não
há maior loucura!

110
: Palavras, palavras, palavras...

Reconheço que você está muito ocupado, muito concentrado,
alas isso não e razão para ficar mudo, os maxilares crispados,
contentando-se em ofegar ritmicamente. Ninguém está lhe pe-
dindo para fazer discursos; saiba entretanto que as palavras
possuem um estranho poder afrodisíaco. Poéticas ou vulgares,
tente encontrar as necess rias. Para lisonjear, encorajar, excitar,
tranquilizar, pedir, agradecer, dinamizar, pedir mais, atear
fogo...

172. O repertório das palavras mais ou menos doces, mais ou
menos duras, como pode acontecer com a sua espada de carne,
é naturalmente função de sua imaginação, da inspiração do
momento e das expectativas da mulher que se acha com você.
Qualquer que seja a sua natureza, sentimental ou pr tico, não
há limites para a extensão do seu vocabul rio. Quer alguns
exemplos?

Versão poética

Estou doido por você

Versão vulgar

........................Você me deixa de pau duro.
Você está transpirando de desejo Toda molhada, a safadinha!
Queria senti-la em mim Fode comigo!
Eu sou todo seu ...Me chupa!
Você é toda minha .Eu vou trat -la como a um animal!
está sentindo como te amo? está sentindo o meu pirocao
(ou caralho ou vara)?
Estou louco por suas carícias Vamos, mexa, pule, me chupe!
O seu sexo é suave como seda Você está úmida. Sua boceta está
molhadinha.
Como é bom! .......Como é bom!
Não aguento mais! .Vou gozar!
Eu te amo! ........Você está inteirinha em mim!

P ra! Para! .......Bota mais! Bota mais!
É a tua alma que eu quero Eu vou te virar pelo avesso!
Deixa! Não tenha medo! Vou te enrabar agora, sua cadela!

Claro que a lista poderia estender-se ao infinito. Cabe a
você descobrir as palavras que convêm ao seu caso... e à mulher
a quem está se dirigindo.
Seja como for, use de sinceridade, não invente desejos e sen-
sações. Só lisonjeie aquilo que realmente gosta na mulher que
se acha em seus braços. Isso a tranquilizar cada vez mais a
respeito do seu potencial sexual e contribuira para que voce o
reforce e desenvolva.

173. Gritos e sussurros. Cuidado com os excessos. Não se lan-
ce a intermin veis tiradas ou solilóquios do repertório cl ssico:
o efeito produzido arrisca-se a ser o contr rio daquele que se
buscou. O abuso das palavras, como o do lcool, não vale nada
para o erotismo.
Evitando tanto o silêncio pesado quanto a verborragia, ex-
presse entretanto à feiticeira o efeito que ela lhe provoca e o
prazer que lhe d .
Gemidos, pigarros, exclamações, gritos, murmúrios, suspi-
ros, são todos meios apropriados para manifestar o estado ele
espírito... e de corpo. Os olhos semifechados, a boca entreaber-
ta, os músculos tensos, os dedos que apertam os dela, que se
agarram à pele dela e às cobertas, os estremecimentos, sobres-
saltos, movimentos esquivos... são tão eloquentes quanto certas
palavras.
Deixe-se levar, não se contenha, mas não exagere. Vê-lo e
senti-lo assim receptivo, loiieo de desejo e prazer, só pode torn -
laa ainda mais ousada, mais ansiosa por demonstrar suas quali-
dades femininas...
Seria unia pena se voce, por causa de uni incómodo ou eni
nome de uma pretendida boa educação, vigiasse o proprio vo-

112

cabul rio e refreasse suas emoções, pois com isso se privaria de
grandes e deliciosos momentos.

Sobre o orgasmo

Sim, é a triste realidade: homens e mulheres não são iguais di-
ante do orgasmo.
Longe de mim o desejo de mostrar-me desagrad vel e fazê-
lo, duvidar dos seus talentos amorosos, mas, contrariamente a
vocês homens, as mulheres contam com a possibilidade de fin-
gir que estão gozando.
Para dar-lhe prazer, para agradecer-lhe de algum modo por
todas as atenções que você teve em relação a ela, sua bela
amante pode suspirar, gemer, dar pinotes, curvar-se, murmurar,

ronronar, morder, gritar, uivar.. sem que por isso tenha atingido
o orgasmo. Aprenda inclusive a desconfiar de alguns gritos e
arquejos muito forçados. Uma de minhas amigas, de boa índole,
não gozava nunca, mas exprimia o contentamento com muitos
uivos, o que enchia o amante de bem-estar e orgulho. Até o dia
em que finalmente conheceu o orgasmo. Um orgasmo todo
suspiroso e repleto de murmúrios. O amante acreditou então
que alguma coisa não estava funcionando, e ela teve todas as
dificuldades do mundo para convencê-lo do contr rio.
Claro que todas essas manifestações mais ou menos baru-
lhentas estão na medida do prazer que a mulher recolhe de suas
carícias. já é muito. Mas quanto ao resto...
O orgasmo feminino continua sendo um meteoro bastante
misterioso, cujos mecanismos ainda não foram inteiramente
elucidados. Talvez mesmo por ele não ser de modo algum mecâ-
nico, contrariamente ao dos homens, que passa por circuitos
bem determinados.

Poderíamos distinguir na mulher o orgasmo clitoriano, o or-
~
gasmo vaginal, o orgasmo utermo e, por que não- o orgasmo
anal ou retal... Mas uma tal qualificação seria ainda redutora,
pois cada parte de seu corpo deve ser considerada como uma
zona crogeria própria a suscitar o mais divino dos prazeres.
Quanto ao orgasmo propriamente dito, ele não é um fim em
si mesmo. HÁ alguns anos conheci um amante formid vel com o
qual eu julgava alcançar os cumes da excitação e do êxtase. Eu
não trapaceava. Não simulava. Não representava. Estava sexu-
almente (e afétivamente, ele pode ficar tranquilo!) satisfeita.
Entretanto, só experimentava o orgasmo clitoriano. Tive de es-
perar um novo parceiro para descobrir outros orgasmos... que
me fizeram esquecer, no mínimo, minhas dificuldades com o
precedente. Portanto, para orgasmo, orgasmo e meio.
Nossa intenção não é dispens -lo de tudo fazer para levar a
companheira ao sétimo céu, mas tranquiliz -lo: ela pode perfei-
tamente não chegar sempre ao orgasmo, sem por isso deixar de
sentir um prazer incompar vel.
Em contrapartida, seria bom que você não se orgulhasse de
fazê-la gozar sempre que a leva para a cama. Referencie portan-
to os sinais característicos de sua excitação e do gozo próximo.
Tudo começa com a lubrificação da vagina (ela fica ómolhadaó),
seguindo o aumento de volume dos lábios vaginais e do clitóris.
Os mamilos ficam duros, e a aréola dos seios intumesce.
Vêm em seguida a aceleração da respiração, a contração da
vagina, a tensão de todos os músculos... O orgasmo pode então
ser atingido, caracterizado por uma aceleração ainda maior da
respiração e por espasmos próximo à vagina e até mesmo ao
ânus.
E bobagem tomar-lhe o pulso a fim de verificar a frequência
dos espasmos. Especialistas afirmam que há um meio infalível
de desvelar o verdadeiro orgasmo: o alto do peito, perto das cla-
vículas, assumiriam uma cor rosa... Nada f cil para ser percebi-
do na penumbra...

114

Saiba, entretanto, que, contrariamente a você, a mulher po-
de experimentar orgasmos em serie. Ela não tem necessidade
do período de repouso (mais ou menos longo segundo a forma
física ou a idade) que lhe é necess rio entre duas ereções.
Seria injusta a natureza? Não, ela é assim mesma, não adi-
anta queixar-se. Quanto aos grosseirões que acusam certas mu-
lheres de frígidas, lembro-lhes que há menos mulheres frígidas
do que amantes medíocres.

Depois do
amor, ainda e
sempre amor

há Que êxtase maravilhoso, que loucura infinita, que coisa
AaÖs especial ela e você conseguiram - talvez os dos jun-
co importa.
tos ou com uma ligeira diferença de tempo, pou 1 juntinhos,
Ambos estão agora abandonados um ao outro,

acoplados, aturdidos e felizes, relaxados e pacificados. Mas não
v imaginar que tudo acabou! Roncos, sucedendo imediatamen-
te aos arquejos de prazer, produzirão na mulher ainda maravi-

lhada, perdida em alguma nuvem, o efeito de uma ducha fria. O
retorno à terra corre o risco de ser brutal e doloroso, podendo
inclusive tirar o encanto de tudo o que aconteceu antes.
Para que fazer tanto esforço a fim de atingir tanta altura, se é
para descer tão r pido e tão baixo?
Ninguém está lhe pedindo que recomece tudo às pressas.

Você tem perfeitamente direito ao repouso... Desde que faça
dele um momento privilegiado.

174. Continue as carícias, suaves e leves, aquelas que acal-
mam tudo prolongando o prazer. Beije-a com ternura. Murmu-
oces. Sopre ligeiramente sobre sua pele ainda
re-lhe palavras d
úmida. Olhe-a. Sorria-lhe... Mas, por favor, poupe-lhe o fatal:
óEntão, feliz?ó, cujo efeito é negativo.

175. Pergunte-lhe se gostaria de beliscar ou beber alguma coi
sa... Depois de tais esforços, é Iomum sentir sede ou fome. HÁ
gar essa fabulosa cumplicidade.
sobretudo a vontade de prolong

119

Uma omelete, uma fruta, um copo d' gua ou um suco são exce-
lentes complementos.

176. Proponha-lhe abrir a janela, preparar um banho ou re-
fresc -la na cama com uma toalha de banho embebida em gua
morna. Cuidado, você não é o Sr. Limpeza. Não a esfregue, ape-
nas acaricie-a e enxugue suavemente.
Pense igualmente no pequeno ventilador a pilha. Você o
passar a alguns centímetros de sua pele para secar a transpi-
ração e proporcionar-lhe deliciosos estremecimentos de frescor.
A sensação é maravilhosa... E é tão bom dormir em meio aos
odores do amor!

177. Como um amante atencioso, você ter o cuidado de dor-
mir do lado molhado da cama. É assim! E quando, enfim ven-
cida, ela começar a bater as p lpebras, envolva-a com os seus

braços protetores, embalando-a apenas para ajud -la a pegar no
sono.

120

O amor sem riscos

Houve a revolução sexual. Muita gente aproveitou e caiu na fo-

lia. Depois veio a Aids, que não se contentou em passar; antes
ficou, instalou-se, insinuando-se, transmitindo- se, matando.
É preciso ter cuidado.
O melhor e mais seguro meio é ainda o de abster-se. Mas
neste caso o meu livro não teria a menor razão de ser.. e a vida

seria bem triste. Não conte comigo para jogar gua na sua fer-

vura.
Se um relacionamento de confiança estabeleceu-se com a

mesma pessoa há v rios meses, v rios anos, se ambos têm feito
os testes necessariOs, então vocês podem experimentar tudo o

que sugeri com alegria e bom humor, e sobretudo em total liber-
dade.
Do contr rio, é imperativo acautelar-se. Camisinha, preser-
vativo, condom, chame como quiser, mas faça uso disso. Obri-
gatoriamente!
Não espere a solicitação da parceira, tome a iniciativa.
Compre-os numa farm cia e não se sinta envergonhado ao fazê-
to. Tenha-os sempre em casa. Se você for um amante da noite,
sujeito a paixoes intempestivas, acostume-se a tê-los no bolso.
Nunca ser suficiente repetir, sobretudo àqueles que conhe-
ceram a época anterior à Aids e hoje se encontram desampara-

121

dos: o preservativo não mata o amor. Ele não é jogo
inimigo do '
erótico. Ele pode e deve fazer parte dele. Voce mesmo pode
coloc -lo ou pedir à companheira que o faça, transformando a
ocasião num ato carinhoso e bem-humorado.
Para quem ainda não sabe, a coisa é f cil. Você o tira da
embalagem tendo o cuidado de não rompê-lo com os dentes ou
as unhas. Coloque-o no membro ereto, puxando de leve a extre-
midade (do preservativo, não da piroca!) para deixar um Pouco
de ar. Depois é só desenrola-lo até a base do pênis.
Logo após a ejaculação, retire-se. Em seguida tire a camisi-
nha delicadamente do membro ainda rígido e jogue-a fora. Pre-
ciso lembrar que a camisinha só pode ser usada uma vez? Daí a
importância, para os mais insaci veis, de ter uma boa provisão
delas.
Prefira os preservativos em látex, pré-lubrificados ou não.
São os mais confiáveis. E conserve-os na embalagem, ao abrigo
do calor e da umidade.
Repito: a vida não é feita apenas de penetração. Tampouco
a sexualidade. Um dos objetivos deste livro é aliás fazê-lo
(re)descobrir as infinitas possibilidades de receber e propiciar
prazer de outras formas...
Não há maior satisfação do que fazer o amor em total segurança. Você não é um super-homem; e a Aids, infelizmente, não
acontece apenas com os outros. Isso não impede nada. Salvo a
inconsciência.
Fim da pregação.

122

Conclusão

Na cama, como em qualquer outra parte, é preciso saber parar a
tempo, antes que sobrevenha o cansaço.
Você terá portanto compreendido que está fora de questão
colocar em prática, uma após outra, as 177 sugestões aqui ofe-
recidas. Se acha que é capaz disso, deve antes fazer uma visi-
tinha ao seu psiquiatra.
Do mesmo modo, você pode considerar uma pena ter de

contentar-se com essas 177 idéias.
Pois, então, com a palavra o leitor. Ele pode inventar, deli-

rar, fantasiar, improvisar, inovar. Em matéria de jogos eróticos
nada é proibido, nada é conden vel desde que se aja no sentido
de proporcionar e receber prazer.
Se o amigo não for capaz de estar atento aos desejos da outra,
e melhor procurar uma boneca infl vel. Mas logo se cansaria.
Com uma óverdadeiraó mulher, ao contr rio, o prazer se
conjuga ao infinito, ao capricho da sua fantasia e do seu desejo.


Não se prive e não a prive.
Existe em você um amante magnífico que dorme. Talvez es-
tas linhas tenham contribuído para tir -lo da letargia e dar-lhe
vontade de cuidar da própria forma.
Olhe as mulheres que passam. Lonte pie

a sua. E deixe

correr os pensamentos, mesmo os mais loucos, sem fre -los.


Imagine o corpo dela nu, a forma dos seios, as curvas da bunda,
os movimentos da bacia e o que você poder investir quando for
o momento. Deixe-se levar pelo desejo que ela faz nascer em
voce, não há melhor afrodisíaco.

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